O cenário para a expansão do crédito no Brasil é promissor, já que há muito espaço para crescer, o que dá boas perspectivas para o varejo. O consumidor está animado, o que é muito bom para o comercio, afirma o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alencar Burti.

De acordo com ele, o varejo acredita que este Natal será bom período de vendas. Será melhor do que imaginávamos há três meses. E melhor do que ter um bom Natal, é preparar o terreno para 2010.

Segundo Victor Loyola, do Citibank, o País possui grande potencial de crescimento quando o assunto é financiamento. "No varejo, o crédito é caro e o consumidor não tem o costume de usá-lo", disse, em evento promovido ontem pela Crivo Group. Segundo Loyola, os financiamentos estão crescendo, mas ainda há taxas menores do que em outros países emergentes.

Burti concorda que o crédito ainda é caro no País. Mas, segundo o presidente do Banco Cacique, Renato Oliva, o spread (diferença entre o custo de captação e de venda de uma operação monetária) está caindo e próximo de chegar ao mesmo nível de países em desenvolvimento, o que deve baratear o custo dos financiamentos. Para Alencar Burti, o spread é consequência da inadimplência. O banco precisa se proteger.

De acordo com o presidente da ACSP, a implantação do cadastro positivo, ferramenta que analisa o histórico do consumidor, é uma das maneiras de permitir a expansão do crédito no Brasil.

Burti afirma que sem crédito as economias andariam para trás. O presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, concorda. "O crédito é um dos motores do crescimento econômico."

Porém , o dirigente da ACSP conta que os financiamentos estão sendo mal usados. "É preciso educar o consumidor. Pagar juros de 10% pode comprometer todo o orçamento de uma pessoa. Quanto mais responsável se é, mais crédito há e por um preço menor.