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Hospital de campanha de Ribeirão Pires atinge 100% de lotação

Prefeito da cidade, Clóvis Volpi, vem há dias alertando sobre a iminência do colapso em equipamento que recebe 30% de pacientes de outras cidades

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
24/02/2021 | 15:52
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Nario Barbosa/DGABC


O Hospital de campanha de Ribeirão Pires, criado para atender pacientes contaminados pela Covid-19, acaba de atingir 100% de ocupação em seus 24 leitos de enfermarias, o que pode significar o colapso do sistema público de saúde na cidade no atendimento à pandemia de novo coronavírus. Em Mauá, para onde alguns moradores da cidade se dirigem em caso de emergência, a ocupação também é alta e ontem estava em 70%. Segundo o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PL), 30% dos pacientes no hospital de campanha da cidades são moradores de outros municípios, como Mauá, Rio Grande da Serra e Suzano.

A Prefeitura de Ribeirão vem há dias tentando ajuda do governo estadual para manter as instalações do hospital de campanha, cujo contrato vence em 28 de fevereiro. Pelas redes sociais, ele alertou que o atendimento estava sobrecarregado e que era necessário união de esforços também entre as cidades para o atendimento do que chamou de microrregião.

Em 19 de fevereiro, o deputado estadual Thiago Auricchio (PL) solicitou ao Palácio dos Bandeirantes a liberação de R$ 3 milhões para o custeio do equipamento. Sem retorno por parte do governador João Doria (PSDB), Volpi também acionou o MP (Ministério Público) para conseguir manter o equipamento, agora com sua capacidade esgotada, em funcionamento. Ontem, o próprio Volpi enviou novo ofício ao governo do Estado pedindo R$ 5 milhões para o hospital.

O governo municipal informou que, da primeira leva de investimentos feita pela gestão estadual, restam R$ 62,4 mil, dinheiro que mantém o funcionamento até a primeira semana de março. “Denota-se, portanto, que o valor afigura-se insuficiente para a continuidade do serviço, fato que nos aflige sobremaneira, uma vez que o município encontra-se em vias de desativação do hospital de campanha, a ponto de submeter a população do Grande ABC à sua própria sorte, com prejuízos irreparáveis de muitas vidas”, escreveu o prefeito.

O secretário de Saúde da cidade, Audrei Rocha, explicou que além de estar cheio e com os pacientes que chegam sendo encaminhados para aguarda vaga em algum equipamento do Estado pela Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), os recursos disponíveis hoje garantem o funcionamento do hospital apenas até 10 de março. "Se não houver sinalização por parte do governo do Estado de que eles vão assumir o custeio, a partir de sexta-feira os pacientes que tiverem alta não serão substituídos por outros, porque teremos que inciar o desmonte das estruturas", afirmou.

Para o secretário, a situação vivida em Ribeirão Pires, de lotação máxima, deve ser vivenciada em breve pelas outras cidades do Grande ABC. "O número de internações aumentou drasticamente nas últimas semanas. Precisamos de medidas para impedir a circulação de pessoas, porque quando se esgotam os recursos, somente com a população dentro de casa é que vamos poder conter a doença", completou.

Volpi está em Brasília, em contato com deputados federais, para tentar conseguir os recursos que vão garantir a permanência do hospital na cidade. "Somos referência não apenas para Ribeirão, como para Mauá, Rio Grande da Serra, Suzano. Hoje recebemos pacientes de Bofete (cidade do interior, distante 259,5 quilômetros de Ribeirão), porque lá o sistema de saúde também está em colapso", relatou. "Se a situação hoje é difícil, sem esses leitos (30 de enfermaria e sete de emergência) vai ficar ainda pior", concluiu. O Governo do Estado de São Paulo foi questionado pelo pedido de repasse financeiro feito pelo prefeito de Ribeirão Pires, mas ainda não respondeu.




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