Cultura & Lazer Titulo Passeio
Quinze homens e um tapete

Obra de Burle Marx é retirada para ser
exposta nos Estados Unidos até setembro

Miriam Gimenes
02/04/2016 | 07:00
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André Henriques


 Duas horas, 15 homens e muito cuidado. Esta foi a ‘receita’ para a retirada da tapeçaria de Roberto Burle Marx (1909-1994), fixada na parede do Salão Nobre do Paço Municipal de Santo André, realizada ontem. Prestes a viajar para os Estados Unidos, onde participará da exposição em homenagem ao paisagista no Museu Judaico de Nova York, entre os dias 6 de maio e 18 de setembro, a obra – de 1969, avaliada em R$ 3 milhões, que pesa 500 quilos e tem 26,38 metros de comprimento e 3,27 metros de altura – é um dos mais importantes patrimônios públicos e culturais do município.

Erica Tortorelli, arquiteta da Prefeitura e responsável pelas tratativas do empréstimo, que teve início há dois anos, comemora o interesse internacional na obra. “É uma peça linda, única, projetada para este salão. É uma judiação que muitos dos que moram em Santo André não saibam da existência dela, embora existam visitas monitoradas para conhecer não só ela, mas todo o Paço Municipal, que é uma grande obra de arte.”

A contrapartida exigida pela Prefeitura para o empréstimo foi o custeio de R$ 38 mil, a serem depositados na conta do Fundo de Cultura, para a troca das luminárias do saguão do Teatro Municipal de Santo André. Assim, o triptico – três paisagens de concreto instaladas no saguão –, também de Marx, ficarão mais bem iluminados. Esta é a terceira vez que o tapete sai em ‘viagem’. Já foi para Portugal, Rio de Janeiro e, na última vez, já restaurado, foi exposto no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo.

TUTORA
A responsável em cuidar da obra de Burle Marx durante todo trajeto – desde a retirada até a colocação na exposição – é a museóloga da Prefeitura Mayra Gusman de Souza. Segundo ela, uma vez retirado, ele será limpo, terá parte restaurada e deve descansar as fibras durante alguns dias. Depois, terão de ser retiradas as janelas próximas ao salão para descê-lo em cabos de aço, tudo feito por empresa especializada. “Tem de ter cuidado com manejo e temperatura. Lá (Estados Unidos), como é primavera, está mais frio e o choque de temperatura é ruim para o tecido.” Por isso, quando chegar em solo norte-americano, a tapeçaria ficará em ‘quarentena’, em uma sala isolada, até poder ser apreciada pelo público.




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