Política Titulo Rio Grande da Serra
Secretário da Saúde pede demissão em Rio Grande
Felipe Siqueira
Especial para o Diário
26/09/2017 | 07:00
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Após mais um episódio na crise da Saúde de Rio Grande da Serra, o secretário do setor, Carlos Duarte, pediu demissão ontem. O governo de Gabriel Maranhão (PSDB) não divulgou substituto.

No fim de semana, médicos mais uma vez atenderam apenas casos de urgência e emergência na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas, sob alegação de falta do depósito de seus salários. Foi a terceira vez neste semestre que os profissionais evitaram atendimentos eletivos por ausência de pagamento.

Segundo Duarte, sua saída da administração de Rio Grande se dá porque a Pasta trabalha com “pouquíssimos recursos”. “Todas secretarias passam por dificuldades, em outras cidades também. Rio Grande, que não tem nada (de fontes de receita), depende de repasses, fica difícil (custear os equipamentos). Faltam repasses, investimentos. A secretaria ficava sem recursos”, ponderou Carlos Duarte.

O ex-secretário também comentou que pretende descansar um pouco do trabalho. “Há momentos em que a gente tem que dar uma relaxada. Tirar umas férias, estou muito cansado. A gente quer resolver as coisas e não consegue”, reclamou Duarte.

De acordo com o Portal da Transparência, o governo de Gabriel Maranhão deve para a empresa que gerencia a unidade de atendimento, o INTS (Instituto Nacional de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação na Gestão Pública), R$ 2,051 milhões.

O serviço já executado pela INTS neste ano demandou R$ 3,046 milhões, porém, a administração municipal efetivamente pagou R$ 1,355 milhão.

O custeio da operação da UPA está estimado em R$ 500 mil por mês, mas, deste valor, apenas uma parte é devidamente paga pela Prefeitura – parte desse valor vem de auxílio do governo federal. No mês passado, o Diário mostrou que os funcionários estavam sem receber e que casos eletivos não eram tratados. O Paço conseguiu parcelar parte do valor devido e os profissionais do INTS voltaram a atuar normalmente.

A Prefeitura não paga o valor integral dos serviços prestados desde o começo do ano, o que fez com que a dívida da cidade com a empresa fosse aumentando ao longo dos meses.

Para Duarte, os profissionais da UPA têm feito o possível para o atendimento ser feito na unidade. Mas ele afirmou também que a situação fica difícil quando não se tem investimentos. “Vem pessoa de fora (da cidade) na UPA, Nós, profissionais da UPA, temos atendido bem (as pessoas que recorrem à unidade)”, assegurou o ex-secretário.

Maranhão não foi localizado para comentar sobre possíveis nomes que possam substituir Carlos Duarte nem sobre a falta de pagamentos aos médicos da unidade de atendimento de Rio Grande da Serra. Anteriormente, o tucano admitiu o problema citando a queda na arrecadação e o alto número de atendimentos na UPA. 




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