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Morte de jovem intriga família

Juliana da Silva Vieira, 20 anos, morreu no Hospital Nardini, em Mauá, após dar à luz; dois dias antes, outro caso foi registrado no local

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/08/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Duas jovens morreram no fim de semana após o parto no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, em Mauá. Com informação sobre a morte de uma terceira mulher na mesma situação, dez dias atrás, a família de Juliana da Silva Vieira, 20 anos, que morreu na manhã de domingo, suspeita que a presença de alguma bactéria tenha causado os óbitos. O enterro da jovem ocorreu na tarde de ontem, no Cemitério Santa Lídia. Na sexta-feira, a vítima foi L.B.S., que havia completado 18 anos dois dias antes. O bebê também sobreviveu.

A mãe de Juliana, Angelita Ferreira da Silva Vieira, 43, que mora no Jardim Oratório, conta que a filha deu entrada no hospital no dia 1º, com 34 semanas de gestação, por conta de dores nas costas e nas pernas, além de precisar de acompanhamento por ter anemia falciforme.

“Eles diagnosticaram ela, porém, a mantiveram na sala de pré-parto sem me deixar vê-la. Quando deixaram, a situação já estava pior, pois ela gritava com uma forte dor de cabeça”, relata Angelita.

A mãe conta que Juliana foi levada para o quarto com o mesmo quadro de dores. “Ela recebeu umas seis doses de morfina, mas não resolvia”, fala Angelita. Uma vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para encaminhamento da jovem foi solicitada.“O médico falou para mim e para o pai da criança que não era bom a Juliana ficar na UTI, porque ela poderia pegar uma infecção”, recorda a tia da vítima Neuracy Araújo Vieira Gomes, 52.

No dia seguinte, uma cesárea foi feita. Juliana deu à luz a Luiz Felipe e voltou para a UTI. “De lá, ela saiu no caixão”, diz a tia, aos prantos.

“Me falaram que ela estava com o vírus H1N1. Ontem (domingo) o médico disse que o óbito dela não tinha nada a ver com a anemia falciforme. O corpo foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) para autópsia, pois não conseguiram descobrir a causa da morte”, fala a mãe, completando que Juliana tomou a vacina contra a gripe e teve uma gestação “muito tranquila.” O laudo ficará pronto em 15 dias. O bebê, que está aos cuidados de Angelita, passa bem.

Na declaração de óbito feita pelo Serviço Funerário de Mauá, no campo onde deve constar a causa da morte estão listados tromboembolia pulmonar, broncopneumonia, insuficiência renal e displasia nodular esplênica. O Hospital Nardini informa que somente após o resultado dos laudos do IML será possível identificar as causas dos óbitos de Juliana e de L.B.S. “Ambas deram entrada com graves patologias que evoluíram para outras doenças, sendo elas anemia falciforme e síndrome de Hellp, respectivamente. Todos os setores envolvidos nos atendimentos estão realizando criterioso estudo, sob monitoramento do Comitê de Mortalidade Materno-Infantil do município e do Núcleo de segurança do paciente da instituição”, declara.  




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