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Praça cede lugar para alojamento
Por Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
13/08/2011 | 07:30
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A Praça Virginio Pacheco Mauricio, na Vila Scarpelli, bairro tradicional de Santo André, mudou de cenário há menos de uma semana. No lugar de árvores e bancos; alojamento provisório para 32 famílias de baixa renda e que representam cerca de 200 pessoas.

Apesar da situação incomum, por se tratar de praça pública, as famílias estão ali com o devido consentimento da Prefeitura de Santo André. Em terreno público de cerca de 2.000 metros quadrados, próximo do alojamento, serão construídos 120 apartamentos de dois dormitórios.

Pelo cronograma inicial, o Núcleo Habitacional Graciliano Ramos deveria ser entregue em novembro. O que não ocorrerá, porque sequer começaram a terraplenagem e fundações.

A obra será financiada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal - R$ 3,270,212, e contrapartida da Prefeitura de R$ 2.916.577,57. Após a conclusão do conjunto habitacional, as 32 famílias do alojamento serão realocadas nas unidades, segundo a Prefeitura. E, ainda de acordo com o governo, a previsão de conclusão da obra é fim de 2012.

Os alojamentos foram erguidos por funcionários da Paulista Obras e Pavimentação, empresa vencedora da licitação para tocar o empreendimento popular. Contrapiso, madeirite e tellhado formam a cozinha, quarto e banheiro. "Aqui está bem melhor do que aonde eu morava, praticamente à beira do córrego (Araçatuba)", afirmou Flávia Aparecida de Almeida, 34 anos, mãe de duas filhas.

Flávia fazia parte da favela Graciliano Ramos, formada a partir de invasão há cerca de 20 anos e composta por cerca de 130 famílias - parte foi para imóveis que a Prefeitura contribui com o aluguel social, enquanto a obra não finaliza. As 32 famílias, classificadas como de baixa renda, compõem o alojamento.

"Estou no céu aqui", disse Aparecida dos Reis Moreira, 51 anos, que mora com a filha e mais cinco crianças no alojamento. Após a transferência das famílias, a Prefeitura afirmou que a "praça passará por ampla revitalização e paisagismo".

Enquanto isso não ocorre, Luiza Fernandes Carlos, moradora no bairro há 86 anos, só reclama da sujeira dos ‘novos' vizinhos. "Eles têm o direito de morar. Sou a favor, mas com limpeza", avaliou.




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