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Empregado da Volkswagen rejeita acordo

Proposta negociada com sindicato, que previa congelamento do salário em 2015 em troca de manutenção de empregos, foi recusada

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/12/2014 | 07:05
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Denis Maciel/DGABC


Os trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São Bernardo rejeitaram a proposta negociada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com a empresa, que previa o congelamento dos salários em 2015, com a oferta de abono, e um pequeno reajuste, abaixo da inflação, em 2016, entre outros pontos. De acordo com a entidade, o que se buscava era tentar evitar que a montadora fizesse demissão em massa e, ao mesmo tempo, garantir novos projetos, com a tentativa de que a companhia assumisse o compromisso de produzir mais três novos modelos na unidade fabril até 2018.

Em assembleia realizada ontem à tarde no pátio da companhia, a maior parte dos empregados presentes levantou as mãos, quando o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, perguntou quem era contra o aditamento ao acordo que havia sido alinhado com a empresa em 2012, como a entidade chamou o que foi negociado agora.

Antes da votação, havia sinais de que a maioria dos empregados decidiria pela rejeição. Assim que Wagnão começou a discursar em cima do carro de som, foi possível ouvir as vaias, que cresceram quando ele disse que a negociação visava, entre outras coisas, ser solidário com os que corriam o risco de serem demitidos, se nada fosse feito.

De acordo com o sindicato, a Volkswagen informou que há cerca de 2.100 excedentes na fábrica e, que por causa da forte queda nas vendas e na produção neste ano (estimativa de 90 mil carros fabricados a menos que em 2013), não seria possível cumprir o acertado com a categoria em 2012, em que se estabelecia garantia de emprego até 2016.

Pelo aditamento negociado, seria ainda aberto um PDV (Programa de Demissão Voluntária), com pacote de, pelo menos, cinco salários (para quem tem menos de dez anos de fábrica) até 15 salários para os com mais de 30 de empresa, e ainda mais dez salários adicionais para empregados de áreas com maior nível de ociosidade (transmissão, setor de qualidade assegurada, pintura, logística etc).

“A situação agora fica um pouco difícil, porque a saída que encontramos para tentar resolver o problema era essa proposta”, afirmou o diretor de organização do sindicato, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho. Ele acrescentou que agora a direção da entidade está tranquila, já que foi feito o debate com os trabalhadores em relação ao que foi votado. “Respeitamos a opinião (dos funcionários) e vamos esperar a próxima posição da fábrica, se vai chamar o sindicato ou não”, disse. A Volkswagen foi procurada pela equipe do Diário, mas informou que não se posicionaria sobre a questão.

Bigodinho ressaltou: “Se houver demissão, haverá reação por parte do sindicato”. Ele cita que, por enquanto, o acordo de 2012 ainda está valendo e, por isso, não pode haver cortes até 2016. A partir do dia 15 a fábrica para, com a entrada do pessoal em férias coletivas, até 5 de janeiro.
 




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