Você pode até torcer o nariz para a sonoridade que os Beatles deixaram como legado. Ou, até, não gostar nem um pouco da fase pacifista que John Lennon perseguiu principalmente logo após o fim do quarteto.

Mas algo que deve passar incólume pela crítica é o gosto musical dos ingleses, explícito na cinebiografia de Lennon, 'Nowhere Boy' (que no Brasil ganhou o título 'O Garoto de Liverpool'). A trilha sonora, lançada pela Sony Music, está disponível nas lojas brasileiras (preço sob consulta). O filme, no entanto, segue em cartaz apenas no circuito paulistano de cinema.

O álbum da trilha sonora prima por selecionar canções dos ídolos norte-americanos do adolescente John Lennon, àquela altura sob responsabilidade da tia Mimi, depois que Julia, sua mãe, morreu.

De representantes da América do Norte, há canções de Jerry Lee Lewis ('Wild One'), Eddie Cochran ('Twenty Flight Rock'), Gene Vincent and the Blue Caps ('Be-Bop-a-Lula'), Wanda Jackson ('Hard Headed Woman') e, claro, Elvis Presley ('Shake, Rattle and Roll'). O conterrâneo Dickie Valentine, um dos precursores da música pop na Inglaterra, também aparece ('Mr. Sandman').

A banda The Nowhere Boys, formada pelo próprio elenco do filme, também é bastante competente nos covers de 'Maggie May', 'That'll be the Day', 'That's Alright Mama', 'Movin' and Groovin', 'Raunchy' e 'In Spite of All the Danger'(parceria de Lennon e McCartney).

O ator Aaron Johnson, que vive Lennon na adolescência, também se arrisca em uma versão de 'Hello Little Girl' (também de autoria dos líderes dos Beatles). Yoko Ono, a viúva do biografado, liberou 'Mother', interpretada pelo próprio, para a trilha.