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Confira a íntegra da entrevista de Lula
Do Diário OnLine
Com Agências
12/07/2004 | 08:45
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Jornalista - Tudo bem, presidente?
Presidente - Tudo bem, Luís.

Jornalista - Presidente, os jornais destacaram na última sexta-feira um crescimento recorde na produção industrial. Como é que o sr. recebeu esta notícia?
Presidente - Luís, depois de 18 meses de governo e depois de trabalhar de forma, eu diria, muito dura para arrumar a casa, nós estamos colhendo o resultado daquilo que nós plantamos nesses 18 meses. Eu recebo essas notícias com otimismo mas, ao mesmo tempo, com cautela. Por que? Porque nós queremos que modelo de crescimento da economia brasileira seja um crescimento sustentável, seja um crescimento que se dê durante vários anos seguidos. Nós não queremos aquele crescimento que cresce um ano e, no ano seguinte, não cresce mais. Por isso é que nós temos cautela, por isso é que nós trabalhamos com muita paciência, por isso é que nós sempre pedimos ao povo para prestar atenção no que está acontecendo no Brasil. Nós estamos fazendo coisas no Brasil que há muito tempo poderiam estar sendo feitas mas que não foram feitas. O Brasil nunca teve tanto crédito disponível como tem hoje para a agricultura, para a agricultura familiar, para as pessoas físicas, ou seja, para um trabalhador que pode tomar dinheiro emprestado e depois ser descontado na sua folha. Os bancos têm emprestado dinheiro a juro mais barato, o microcrédito está crescendo, o BNDES tem muito dinheiro para investimento para empresas que têm projetos para fazer a economia brasileira crescer, para gerar empregos, para distribuir renda.

Jornalista - Por falar em microcrédito, o Crédito Pronto do Banco do Brasil, que é uma nova linha a disposição da população, já realizou 85.400 operações no valor total de R$ 43,2 milhões emprestados.
Presidente - Então eu estou otimista. Estou otimista, mas consciente que temos que trabalhar muito mais para que a economia cresça de verdade, de forma sustentável e duradoura. Esse é o nosso objetivo e nós vamos fazer isso. Nós temos apenas que ter consciência que estamos no caminho certo.

Jornalista - Presidente, um dado da CNI, a Confederação Nacional da Indústria, que a capacidade instalada das empresas está, atualmente, em 82%. O que este número significa? Tem, ainda, relação hora extra e contratação efetiva. Eu queria que o Sr. falasse um pouquinho deste assunto.
Presidente - Olha, para que o povo trabalhador entenda, as empresas tinham máquinas paradas. Na medida em que a economia começa a crescer, a empresa começa a utilizar a totalidade do seu potencial produtivo. Num primeiro momento, a empresa prefere contratar hora extra até que ela esteja certa de que o crescimento é prá valer e de que o crescimento é de longo prazo. É o que está acontecendo nesse momento. O emprego formal está crescendo. Não tanto quanto nós queríamos, mas é o maior crescimento desde 1992. A capacidade ociosa da empresa está sendo ocupada. Ainda não do jeito que nós queríamos, mas já é a maior ocupação desde 1992. Então nós estamos fazendo as coisas com a tranqüilidade com que precisam ser feitas. Os empresários estão acreditando no Brasil, os empresários estão acreditando na política que o governo está colocando em prática e os empresários começam a recontratar trabalhadores com carteira profissional assinada e nós vamos trabalhar para que a gente tenha capacidade instalada de 100% e, ao mesmo tempo, trabalhar para que novos projetos de indústria sejam construídos no Brasil. É com este objetivo que o governo trabalha, é com este objetivo que nós fazemos política econômica, é com esse objetivo que nós queremos que os empresários brasileiros sejam parceiros nossos nessa empreitada. É preciso que a gente acredite no que está fazendo e, sobretudo, é preciso que todos estejam otimistas com relação ao futuro do Brasil. É importante lembrar que o crescimento que estamos vivendo agora ele não aconteceu agora. Ele vem acontecendo desde setembro do ano passado, vem crescendo mês a mês, mês a mês, um pouquinho cada mês, mas de forma sustentável até chegar agora e aparecer esses números que a imprensa publicou que é um número que desperta em todos nós um otimismo muito grande de que a economia brasileira vai dar certo. Então nós estaremos cumprindo aquilo que era uma parte dos nossos sonhos. Aliás, é importante lembrar que nós chegaremos em dezembro deste ano com 6,5 milhões de famílias recebendo o bolsa-família, recebendo três vezes mais do que recebiam nos planos anteriores. Chegaremos em dezembro de 2005 com 8,7 milhões de famílias e, se Deus quiser, chegaremos em 2006, em dezembro, com as 11 milhões de famílias recebendo o bolsa-família, ou seja, através do programa Fome Zero. E vamos trabalhar muito, pode ficar certo que, se depender de mim, será 24 horas por dia, de domingo a domingo, porque eu acho que o Presidente da República tem que ser exemplo. Acho que os empresários brasileiros têm que acreditar no Brasil, acho que o povo brasileiro precisa acreditar no Brasil, porque assim o Brasil dará certo.

Jornalista - Por falar em trabalhar 24 horas por dia a gente está gravando esta edição no sábado. Eu agradeço a sua participação e até o próximo encontro presidente.
Presidente - Até o próximo programa Luis. Eu quero aproveitar e me despedir do povo brasileiro, dos ouvintes do nosso programa e dizer que na próxima quinzena estaremos aqui outra vez.




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