Política Titulo São Bernardo
Morando promete bancar compromissos mesmo com contenção

Tucano garante realização na íntegra de metas
de seu plano sem deixar de aplicar austeridade

Por Raphael Rocha
02/01/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Compromisso com promessas estabelecidas na campanha, aliada à implantação de uma política austera para controle financeiro no município. Este foi o tom que norteou o primeiro discurso de Orlando Morando (PSDB) como prefeito de São Bernardo. As falas foram proferidas a aproximadamente 300 pessoas que se aglomeraram na manhã de ontem na Câmara para acompanhar a sessão solene, que marcou também o início dos mandatos do vice-prefeito Marcelo Lima (SD) e dos 28 vereadores eleitos em outubro.

“Vamos cortar o desperdício e transformar em eficiência. Primeira questão a ser destacada amanhã (hoje) são as ONGs (Organizações Não Governamentais) que recebem recursos da Prefeitura. Quero saber o que cada uma faz, se o objeto que está sendo destinado é correto, os salários dos diretores. Faremos grande enxugamento, economia, que vai gerar um superavit de R$ 100 milhões no primeiro ano. Tenho de dar solução aos problemas. A população me escolheu porque quer mudança e esta linha de responsabilidade é para colocar em prática estas modificações na cidade”, pontuou o novo chefe do Executivo, que, entre as plataformas mais emblemáticas prometidas em campanha, estão a contratação de 300 médicos para a rede e a construção de dez creches por ano.

A posse de Morando marca o retorno de um são-bernardense à frente do Executivo depois de 21 anos. O último foi Walter Demarchi (PRB), que governou o município entre 1993 e 1996. Até 2020, o tucano terá como desafio dar sequência a uma série de obras iniciadas pelo seu antecessor Luiz Marinho (PT) e que nos últimos anos caminharam de forma morosa. Os casos mais significantes são o piscinão do Paço, o corredor Leste-Oeste e o Museu do Trabalho e do Trabalhador, barrado pela Justiça, que apura de esquema de fraude em torno da obra.

No discurso de posse, Morando destacou sua trajetória de vida pessoal e pública, com homenagens aos seus pais (Catarina e Orlando), irmãos (Márcia e Deiner), além de sua mulher (Carla) e dois filhos (Orlando e Antonela).

“Quero agradecer meus pais. Não por estarem aqui e sim pela escola que me deram, da honradez e disciplina. Comecei a trabalhar com 12 anos e tenho muito orgulho, pai, de ter começado no supermercado ao seu lado. Na campanha, falei da dificuldade para minha mulher sobre arrecadação de recursos, porque não podia mais ter doação de empresa. Fui surpreendido pelos meus filhos, que trouxeram seus cofrinhos se propondo a ajudar”, contou o tucano, emocionado.

No campo da política, lembrou de sua primeira eleição, ocorrida em 1996, ao cargo de vereador, passando pela reeleição na Câmara, em 2000, e pelos mandatos na Assembleia, entre 2003 a 2016, detalhando ter apresentado 217 projetos de lei. Lembrou com detalhes de sua derrota na disputa pelo Paço, em 2008, e do pleito de 2012, quando não entrou na disputa. “Nas derrotas a gente aprende muito. Aquela eleição (2008) eu perdi, mas não deixei de sonhar em ser prefeito. E em 2012,fui humilde e dei passo para trás, porque não tinha controle do partido ou projeto. Quem me conhece sabe que não fujo de disputas”, pontuou ele, que fez agradecimentos ao ex-prefeito Mauricio Soares (PHS), novo titular da Pasta de Desenvolvimento Social, além do vice, Marcelo Lima.

Após a sessão solene, Morando se dirigiu ao Teatro Lauro Gomes, no Rudge Ramos, onde participou da cerimônia de posse dos secretários municipais. No local, foi exibido um vídeo com depoimentos de moradores, pontuando o que esperam da gestão e problemas atuais.

Tucano ressalta política de empregos

Uma política de incentivos e diálogos junto às montadoras do município para destinar investimentos dentro da cidade são alguns dos esforços prometidos por Orlando Morando (PSDB) para promover geração de empregos.

O tucano lembrou que a política de recuperar o desenvolvimento econômico, com ênfase à abertura de postos de trabalho, foi centro de sua campanha eleitoral.

O discurso do tucano foi colocado em abordagem à edição especial feita pelo Diário, que relatou drama de Samuel Penha Martins, 19 anos, morador do bairro Santa Cruz, situado na região do pós-bolsa, uma das mais precárias do município. Sem emprego, vive de bicos para sobreviver.

“Sempre tive uma preocupação com o emprego e houve uma grande debandada de empresas do nosso município. O diálogo para esta recuperação será de rever alíquotas e até fomentar investimentos e parcerias”, destacou Morando.

Além da questão da dificuldade do emprego, o morador do bairro Santa Cruz pontuou problemas como a falta de saneamento básico e de asfalto nas ruas. Sua família comentou que o drama aumenta sobretudo em dias de chuva, quando as principais vias do bairro se transformam em verdadeiro lamaçal, que se mistura ao esgoto que corre a céu aberto.

Sobre esta questão, Morando afirmou que dará atenção especial às regiões mais carentes, garantindo maior proporção ao aporte nos atendimentos de questões básicas.

“As pessoas que moram na periferia precisam muito mais do poder público do que outras regiões. Precisa de UBS (Unidade Básica de Saúde), escola, transporte público. Nós queremos fazer um grande programa de atendimento, preferencialmente a esses moradores. E, claro, também levar melhorias ao restante da cidade. Mesmo com os ajustes que vamos fazer, colocaremos uma nova postura nos serviços”, comentou.




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