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Falta de pagamento deixa Apraespi sem transporte

Funcionários estão sem receber há cinco meses; Ribeirão Pires não tem feito o repasse de verba

Por Leonardo Santos
28/11/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


 Estudantes que frequentam a Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência) de Ribeirão Pires estão sendo prejudicados pela paralisação das vans escolares. Desde o dia 15, funcionários responsáveis pelo serviço estão de greve em decorrência de atraso em seus salários.

Segundo denúncias da categoria, a Prefeitura de Ribeirão Pires tem postergado o pagamento dos funcionários desde junho. “No dia 30 iremos completar cinco meses”, revela um colaborador que não quis de identificar. “Infelizmente não podemos trabalhar sem receber. Temos contas para pagar como qualquer cidadão.”

O transporte escolar tem sido só um dos serviços afetados na Apraespi. A administração municipal também tem atrasado os rapasses oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde) para a própria associação desde agosto, conforme noticiado pelo Diário no mês passado. Os recursos já somam R$ 435 mil. Na ocasião, familiares de alunos e pacientes protestaram no Paço Municipal, mas não tiveram retorno do prefeito Saulo Benevides (PMDB).  

Segundo mães dos estudantes, além das aulas perdidas, seus filhos estão sem os serviços especiais, como fisioterapia e fonologia. A instituição, localizada no bairro Centro Alto, atende 2.000 pessoas do Grande ABC, com atividades de Educação Especial e a oferta de próteses e cadeiras de rodas motorizadas.

Sem carro, com o braço engessado e a 12 quilômetros da espaço, a cozinheira Gislaine Sampaio, 46 anos, comenta as dificuldades que tem enfrentado ao lado do filho, Bruno da Silva Pereira, 24, diagnosticado com Traumatismo Cranioencefálico (doença neurológica que causa comprometimento estrutural e funcional do cérebro). “Não posso ir de transporte público, porque como eu vou levá-lo até lá com cadeira de rodas, sozinha”, questiona.

De acordo com Gislaine, não houve nenhum retorno por parte da Prefeitura de Ribeirão Pires a respeito do transporte dos estudantes. “Desde o feriado (da Proclamação da República) que estamos nessa situação. Estou gastando mais por conta de uma cuidadora que me ajuda em casa. Vamos até o Paço sempre e sequer nos atendem lá”, reclama.

Diagnosticado com paralisia infantil, Anderson Alves Campos, 25, frequenta o local desde seu primeiro ano de vida e agora está sem as aulas. “Meu filho frequenta a Apraespi desde sempre, faz parte da vida dele”, lamenta a dona de casa Kátia Alves de Campos, 44, mãe de Anderson.

A distância é outro fator que atrapalha a ida de Anderson à associação, uma vez que também reside no bairro Ouro Fino Paulista. “Moramos só eu e ele, não tenho carro e é complicado chegar até lá. Eles têm direito de ir para escola como qualquer pessoa”, salienta Kátia. Procurada pelo Diário, a Prefeitura de Ribeirão Pires não retornou aos questionamentos até o fechamento desta edição.




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