Durante sete semanas, de segunda-feira a sábado, o telespectador acompanhou pelo SBT as histórias dentro da casa, brigas, romances, bate-papos e escolheu seus heróis e vilões. Aos domingos, a audiência elegeu seus preferidos e odiados, comandados pela edição das imagens que vão ao ar e pelo carismático apresentador Silvio Santos. No sistema pay-per-view da TV por assinatura DirecTV, a Casa fica aberta 24 horas por dia. Há até quem varou madrugadas de olho no programa.
O público aplaude a janela aberta na sala para espiar a vida alheia de artistas, vistos diariamente como gente como a gente. O cantor Supla aparece como autêntico, inteligente e sincero. É o favorito de todos para levar o prêmio neste domingo, mas não há unanimidade em torno dele. A cantora Patrícia Coelho ganha em simpatia; a atriz Bárbara Paz, em carência. O dublê de empresário Alexandre Frota, o bad boy, também é autêntico em sua malandragem esperta e, para o público, não merece vencer. Porém, também não há unanimidade para ele, que tem até torcida própria. A única unanimidade seria uma surpreendente vitória da modelo, atriz e chorona Mari Alexandre.
O que Casa dos Artistas deixa claro é a necessidade coletiva de projeção e identificação em indivíduos e modelos de comportamento, segundo especialistas em comunicação de massas. Mas, para eles, o reality show – como também é No Limite e, futuramente, Big Brother Brasil, ambos da Globo –, não é uma tendência.
A tendência é a transformação da televisão em mediador de discussão pública. A TV substituiria o convívio social ao abordar, em programas como esses, situações cotidianas que induzem no espectador comportamentos e atitudes da vida real exibida – mesmo forçada em espaço fechado.
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