O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), decidiu deixar para o ano que vem a elaboração de projeto que solicita veto às emendas modificativas impostas pela oposição e ao G-9 (bloco independente na Casa) à proposta do Orçamento municipal para 2016, estimado em R$ 5,1 bilhões.

A aprovação ocorreu na sessão do dia 25, contrariando Marinho, que não queria alterações no teor original do texto. A base governista, que se viu acuada após a oposição se unir ao G-9, não foi ao embate para tentar prevalecer vontade do prefeito petista. Ao todo, cerca de 50 alterações foram incluídas no Orçamento.

Havia muita expectativa de que a exclusão aos itens de alteração do projeto fossem encaminhados à Casa na quarta-feira – última sessão do ano –, porém, não se concretizou. O petista negou que o recuo esteja atrelado ao possível revés em nova votação. “Eu vetarei. Não chegou ainda para mim (emendas). Não temo nada (derrota ao veto). A Câmara é maior de idade e os vereadores têm responsabilidade”, criticou Marinho.

Comenta-se que o chefe do Executivo tem exercido pressão aos integrantes da bancada do PT para mudar posição do G-9 e consentir sobre o veto. A articulação do governo vem sendo criticada pelo prefeito, após reveses no decorrer do ano.

“O prefeito pode até o último dia do ano levantar o recesso para colocar em votação qualquer matéria. Se conheço bem o Marinho, não tomará decisão neste ano”, informou o presidente da Casa e governista, José Luís Ferrarezi (PT).

Um dos líderes do G-9, Ramon Ramos (PDT) considera impossível a mudança de posição em relação às emendas – ele contabilizou 18 artigos ao texto original. “São mudanças pontuais e necessárias. O vereador entende a necessidade e não dá para votar depois contra a decisão tomada”, disse.

Pela oposição, Pery Cartola (SD), autor de 16 itens, repudiou postura de Marinho. “O prefeito mostra falta de sensibilidade e respeito com o Legislativo. Fizemos sugestões que anseiam vontades da população. Acho que esse comportamento mostra desespero com as seguidas derrotas e declínio que esse governo vem mostrando”, pontuou.