Setecidades Titulo Saúde
Hospital de Ribeirão não avança
Por Daniel Macário
Especial para o Diário
08/12/2014 | 07:00
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Com a construção autorizada pelo governo do Estado no fim de 2007 e obras iniciadas em 2008 pelo então prefeito Clóvis Volpi (ex-PV, atual PTB), o Complexo Hospitalar de Ribeirão Pires ainda se resume ao esqueleto.

Após a Secretaria de Estado da Saúde repassar mais de R$ 14,4 milhões à administração da cidade, mediante convênio, a unidade de Saúde, construída pela empresa Eplan Projetos e Construções Ltda, de propriedade de Maria de Lourdes Zampol dos Reis e Sergio Poloni dos Reis, não tem previsão para ser entregue. Quem passa hoje pela Estrada da Colônia, no bairro Santa Luzia, vê o prédio abandonado e sem operários trabalhando.

Previstas inicialmente para serem entregues em 18 meses, as obras do complexo já se estendem por seis anos. Após sofrer com problemas de custeio, a construção foi paralisada no fim do ano passado com a justificativa de que a Prefeitura de Ribeirão Pires estava aguardando a liberação de mais verba do Estado. Entretanto, depois de um ano da paralisação, a retomada dos serviços segue sem previsão.

Segundo a administração municipal, após o fim do TA (Termo Aditivo) firmado entre o Executivo e o governo do Estado, o GTE (Grupo Técnico em Edificações) está realizando análise do projeto do Hospital Municipal da cidade. “Salientando que por ser um ano eleitoral, esta análise deve ter seu período prolongado, uma vez que recursos não poderão ser liberados nesta fase”, disse a Prefeitura, em nota.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, no momento o município está pleiteando mais R$ 7,3 milhões para conclusão das obras. “A solicitação está sob avaliação técnica por parte da Pasta e, caso seja deferida, será firmado novo convênio para continuidade do investimento”, informou.

Conforme o diretor de Saúde da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia, José Carlos de Jesus da Silva, a retomada definitiva das obras deve acontecer no próximo ano. “Apesar de a liberação de mais verba estar sob avaliação, acredito que todo o processo deve ser finalizado no próximo ano. É bem provável que no fim de 2015 a obra seja retomada.”

ALTERNATIVA

O projeto do complexo hospitalar que está sendo erguido em terreno adquirido pela Prefeitura em 2005, com área de aproximadamente 15 mil m², foi a saída encontrada para substituir a iniciativa de reformar o Hospital e Maternidade São Lucas, que teve constatados na planilha de custos gastos muito elevados para levar a obra em frente.

O complexo hospitalar contará com 110 leitos, divididos em clínica médica masculina e feminina, pediatria, maternidade, parto humanizado, entre outros serviços.

O hospital servirá como unidade de Saúde de retaguarda para o atendimento diário de emergências prestado à população pela UPA Santa Luzia e, quando necessário período maior de permanência sob cuidados médicos, os pacientes poderão ser transferidos para o serviço de internação nas dependências do complexo.

Custeio será principal dificuldade

Após ver seu atual chefe do Executivo, Saulo Benevides (PMDB), afirmar ao Diário no início de 2013 que o Complexo Hospitalar abriria suas portas neste ano, a administração do município vê dificuldades em dar andamento ao projeto deixado pela gestão anterior.

Depois de propor ao governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), a locação de alguns leitos, alegando que a unidade de Saúde será referência também para Mauá, Suzano e Rio Grande da Serra, a esperança da cidade é que a ajuda venha também do governo federal.

De acordo com a Prefeitura, o que há até o momento é um compromisso do ministro da Saúde, Arthur Chioro, em fazer o custeio de 70% das despesas com o hospital. Depois de inaugurada, as despesas da unidade de Saúde serão custeadas com recursos municipais e federais, conforme habilitações e qualificações de cada leito/serviço, diante das portarias vigentes.

Entretanto, segundo o diretor de Saúde da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia, José Carlos de Jesus da Silva, sem essa ajuda, o município não terá condições de arcar com as despesas. “É um custo muito alto para o atual panorama da cidade. Eles (gestão passada) não planejaram corretamente antes de colocar o projeto em prática.” 




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