Política Titulo São Bernardo
Justiça investiga sindicato ligado a secretário de Marinho

Sintracom é presidido por genro de José Albino;
direção teve mandato renovado sem uma eleição

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
01/12/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Justiça analisa se houve fraude na prorrogação de mandato de Admilson Lucio de Oliveira à frente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bernardo e Diadema). Grupo de oposição na entidade alega que Ademilson, genro do secretário de Governo da gestão de Luiz Marinho (PT), José Albino (PT), manobrou estatuto e simulou assembleia para renovar seu período na chefia sem precisar passar por eleição interna. A instituição alega regularidade no processo e classifica a ação como “tentativa de golpe”.

Denúncia encaminhada à 2ª Vara do Trabalho de São Bernardo apontou que o mandato da atual diretoria venceu em 20 de julho, mas que, no dia 4 de março de 2013, assembleia extraoficial foi chamada para mudança no estatuto e supressão do artigo que determina realização de pleito interno para escolha da direção sindical. Nessa reunião, alegam denunciantes, representantes não ligados à diretoria da Sintracom votaram pela retirada da exigência.

Sem a necessidade da eleição, em 19 de julho, um dia antes do vencimento do mandato, Admilson autorizou prorrogação do tempo na direção do sindicato e de outros 22 dirigentes. Essa renovação de mandato foi encaminhada ao Ministério do Trabalho e Emprego para que Admilson atestasse viabilidade jurídica para também presidir a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção.

No dia 11 de novembro, a juíza da 2ª Vara do Trabalho de São Bernardo, Ana Paula Scupino Oliveira, proferiu sentença favorável ao Sintracom, afastando irregularidades na condução do processo e sem julgar o mérito, ao justificar que os autores da ação não mais estão filiados à entidade e não poderiam representar a categoria. A magistrada afirmou que “os documentos juntados pela ré (Sintracom) demonstram estar regular a situação da atual diretoria”. O caso já foi levado ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

A oposição a Admilson afirma que o genro de José Albino, secretário no governo Marinho, utiliza a máquina sindical para insuflar sua pré-candidatura a vereador em 2016. Diz que o presidente contribui com chapas em outros sindicatos, organiza festas com lideranças políticas e até paga por publicações elogiosas. Ainda argumenta que o presidente ameaça opositores ao citar usualmente sua amizade com patrões.

A atual direção do Sintracom não retornou aos contatos da equipe do Diário. No site da instituição, Admilson comemorou a decisão da 2ª Vara do Trabalho são-bernardense. “A decisão da juíza apenas reafirma a lisura e a transparência do nosso mandato, o qual tem sido voltado efetivamente para o bem-estar dos trabalhadores.”




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