Quem foi ao Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado e passou pelo estande da Fiat certamente reparou em um protótipo arrojado e simpático que ocupava lugar de destaque.

O FCC II, desenvolvido em Betim (MG), é uma espécie de buggy ecologicamente correto e, diferentemente da maioria dos protótipos mostrada em salões, não é apenas um exercício de design: ele roda.

Para provar isso, a Fiat convidou jornalistas para dirigir o carro, que é equipado com um motor elétrico alimentado por 93 baterias de íon lítio, que podem ser carregadas em qualquer tomada de 220V em oito horas e não gera emissões.

Dirigir o veículo é divertido: cabelos ao vento, nenhum ruído de motor - apenas o barulho do atrito dos pneus no asfalto - e um bom desempenho.

Segundo o engenheiro de produto da Fiat, Toshi Noce, o veículo de 980 kg que se parece com um pássaro ou um inseto tem 59 kW, o equivalente a 80,2 cv de potência, e torque de 22,9 mkgf, o suficiente para levá-lo à máxima de 120 km/h. Nós não conseguimos alcançar essa velocidade no Kartódromo de Aldeia da Serra, em Barueri (SP), até porque quando guiamos o conceito a bateria já estava com a carga relativamente baixa. A autonomia, segundo Noce, é de 80 quilômetros.

O FCC II, que custou cerca de R$ 1 milhão para ser desenvolvido, já carrega alguns elementos de futuros modelos da montadora, segundo Manuel Alexandre Ferreira, responsável pelo design do exterior. "A chave para esse carro era fazer algo que se integrasse ao ambiente", afirma.

A carroceria utiliza fibra de vidro e de carbono, além de fibras naturais de fontes renováveis para causar menos impacto ao meio ambiente. Internamente, a espuma que reveste os bancos tem 30% de poliol de óleo de soja reciclado.