Economia Titulo Consórcio Intermunicipal
Municípios vão detectar setores em crise na região

Consórcio Intermunicipal promete diagnóstico da situação em 15 dias; sugestões serão entregues aos prefeitos

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
12/02/2009 | 07:00
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Os secretários de desenvolvimento econômico de seis dos municípios da região - Mauá ainda não nomeou representante para o cargo - reuniram-se ontem na sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para definir ações integradas de combate aos efeitos da crise financeira internacional.

Segundo Fausto Cestari, diretor executivo do Consórcio, os secretários vão iniciar um diagnóstico dos setores mais prejudicados em seus municípios para então traçar um plano conjunto. "A crise ainda não tem contornos nítidos. Seus indicadores são contraditórios, pois não vemos retração no comércio e, ao mesmo tempo, temos um aumento da inadimplência".

Durante a reunião foi detectado, entretanto, que a turbulência não está generalizada. Por isso, não é possível tomar decisões que interfiram no setor tributário, que engloba todos os segmentos. "No Grande ABC ela está concentrada nos setores automotivo e construção civil", apontou Cestari.

No automobilístico, as demissões demonstram a fragilidade do setor. Na construção, para o diretor executivo, os efeitos ainda serão sentidos. "Por enquanto o que tem ocorrido é o adiamento de lançamentos. O setor teve uma carteira de vendas muito grande em 2008, que deve dar mais um fôlego e ser consumida ao longo deste ano".

Em linhas gerais, foram elencados alguns pontos que precisam ser revistos, como a efetividade do sistema de crédito (e os altos spreads bancários - diferença entre o preço que o banco cobra para captar os recursos e emprestá-los), a não disponibilidade de financiamento como fomento à exportação e uma maior presença do BNDES apoio às micro e pequenas empresas.

Para o Luís Paulo Bresciani. secretário do Desenvolvimento Econômico e Ação Regional de Diadema, onde há muitas autopeças - umas das mais prejudicadas - as próximas ações consistem em estancar as demissões, negociando com as entidades empresariais e sindicais, reforçando o trabalho de qualificação e reforço de escolaridade e conversando com os demais municípios que dependem do ramo automotivo para buscar uma solução conjunta. "Teremos de reforçar outras portas que não a do trabalho formal. Por meio do Consórcio, poderemos solicitar ao governo federal mais verba para reforçar o microcrédito e investir em capacitação popular e formação de cooperativas". Os secretários deram a si próprios um prazo de duas semanas para realizar seus diagnósticos. Eles voltam a se encontrar no próximo dia 26 e, no início de março, entregam a pauta de sugestões aos prefeitos.




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