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Pela 1ª vez, PT deve ter vice de outra sigla
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
04/02/2008 | 08:18
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Pela primeira vez em sua história, o PT de Santo André pode disputar a eleição à Prefeitura com um candidato a vice-prefeito indicado por outro partido. A sigla planeja bater o martelo acerca do assunto em reunião do diretório marcada para o dia 23.

A idéia vem sendo amadurecida desde a eleição passada, em 2004. À época, a legenda chegou a negociar o cargo com o PMDB. Mas os peemedebistas racharam em decorrência do fato de uma ala defender candidatura própria e o acordo foi inviabilizado.

Neste ano, porém, dificilmente o PT se fechará novamente em torno de chapa pura. Além da pressão exercida pelos aliados, o partido deve seguir tendência iniciada pelo seu principal quadro: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defensor de amplas alianças em prol da governabilidade.

“A preferência seria por um vice do próprio partido. Porém, entendemos ser necessário abrir espaço para os aliados participarem da gestão. Nos quatro mandatos do PT em Santo André, sempre tivemos chapa pura. Mas hoje é diferente. Há demanda”, avalia o prefeito João Avamileno.

O chefe do Executivo garante ser favorável à abertura. “Um vice de outro partido fortalece a disputa eleitoral”, explica ele, cuja vice é do PT (a ex-secretária municipal de Orçamento e Planejamento Participativo Ivete Garcia) somente porque o acordo com o PMDB em 2004 não prosperou.

O presidente petista em Santo André, Tiago Nogueira, tem pressa para definir a questão internamente. “Temos de escolher um vice até, no máximo, o início de março. Isso evitaria pressões dos aliados e não colocaríamos em risco prováveis alianças positivas.”

O dirigente, no entanto, teme por dificuldades no processo. “Podemos ter um vice de fora, desde que consigamos construir uma coalizão a qual não desagrade a nenhum aliado. O nome deve sair de consenso, para ganharmos a eleição e governarmos em conjunto.”

Apesar de PMDB e PSB serem consideradas favoritas a compor chapa com o PT para a disputa majoritária, Tiago rechaça que haja um favorito atualmente. “Há um leque de opções para analisarmos. Pode ser PMDB, PSB, PV, PCdoB, PHS, PSL, PRB”, ressaltou, em referência as legendas que hoje compõem a base governista na Câmara e no Paço. Ele lembra, no entanto, que ainda há uma “grande ala” petista defensora de chapa pura.

Interessado -  Para o candidato petista à sucessão, deputado estadual Vanderlei Siraque, dificilmente o PT terá chapa pura. “A prioridade é que, realmente, o nome saia de outro partido. Até prefiro que seja dessa forma, porque acrescenta força à disputa”, argumenta.

Siraque sugere às legendas aliadas que se reúnam com o PT e indiquem um nome de consenso entre eles. “Até porque, a intenção é ao menos manter a atual base de sustentação para a disputa eleitoral e, posteriormente, governar a cidade se formos eleitos.”



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