Economia Titulo Ranking
País avança pouco
em competitividade

Brasil sobe três posições em ranking desde 2000, mas segue
atrás de México e Argentina, segundo levantamento da Fiesp

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
27/11/2012 | 07:00
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O Brasil melhorou uma posição no ranking mundial de competitividade neste ano, de acordo com levantamento elaborado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que reúne 43 países. O índice, que se refere aos números de 2011, coloca o Brasil no 37º lugar (em 2010 estava em 38º), à frente da Venezuela e Colômbia, mas atrás do México e da Argentina.

Além da baixa colocação, o ritmo de evolução do País no ranking é lento. De 2000 para 2011, enquanto a China avançou oito posições, saindo da 30ª colocação para a 22ª, o Brasil subiu só três posições (estava em 40º). A Coréia do Sul foi ainda melhor: do 14º lugar foi ao quinto posto, perdendo agora só para Estados Unidos, Hong Kong, Suíça e Cingapura.

Ainda de acordo com o estudo, a competitividade brasileira segue esbarrando em problemas como o alto peso dos tributos, os juros elevados e o câmbio sobrevalorizado.

Enquanto a carga tributária brasileira corresponde a 33,6% do PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, o total das riquezas produzidas no País), na média de países selecionados pela entidade (Coréia do Sul, China, Rússia, Hungria, Argentina, Polônia, Indonésia e Turquia) representa 25,5%.

Outro entrave: apesar da sensível redução da Selic (a taxa básica, do Banco Central), os juros para as empresas giram em 38% ao ano, bem mais que a média de 6,27% dos outros 42 países.

O câmbio também continua um problema. De junho de 2004 para junho de 2012, o dólar se valorizou 74% frente ao real, muito menos que em outros mercados. O diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, assinala que, mesmo com a recente depreciação, a taxa cambial está defasada. Para ele, o ideal seria de R$ 2,30 a R$ 2,50.

INDÚSTRIA - Nos últimos anos, o crescimento econômico brasileiro tem sido baseado no aumento do consumo, com reduções de juros, políticas de transferência de renda (o programa Bolsa Família, por exemplo) e ampliação do crédito. Ao mesmo tempo, a indústria de transformação vem perdendo importância na economia nacional. Neste ano, o setor passou a representar 13,6% do PIB, 50% menos que em 1985.

O empresário Rinaldo Dini, que tem fábrica em Diadema e integra a CDIB (Comissão de Defesa da Indústria Brasileira), destaca que o Brasil perde espaço para os importados em diversos segmentos. Ele cita o setor de óculos: "Em 1992, tínhamos (os fabricantes nacionais) 100% do mercado, hoje estamos com 3%".

 

 




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