As contas externas continuam em alta e, com isso, o balanço de pagamentos, que reflete todas as movimentações de recursos com o exterior, terminou o mês de maio com saldo de US$ 6,769 bilhões. A informação consta do Relatório de Setor Externo, divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Econômico do BC (Banco Central.

Os principais fatores que contribuíram para isso foram os altos superávits (saldos positivos) contabilizados na conta financeira (US$ 5,662 bilhões) e nas transações correntes (US$ 475 milhões). O destaque, mais uma vez, foi o saldo comercial obtido entre exportações e importações (US$ 3,027 bilhões), acompanhado pelos investimentos estrangeiros em carteira (US$ 2,635 bilhões) e investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo (US$ 1,576 bilhão).

Os números foram apresentados pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Ele ressaltou que o saldo acumulado em transações correntes chega a US$ 2,506 bilhões no ano. Lopes disse que o resultado é "muito bom para os padrões brasileiros", mas distante do superávit de US$ 3,973 bilhões, registrado em igual período do ano passado, o que equivale a queda de 36,92%.

Segundo o relatório do BC, os gastos líquidos do país com serviços lá fora somaram US$ 809 milhões em maio, com redução de 2,4% em relação ao mesmo mês de 2005. Os principais gastos foram com transportes (US$ 204 milhões) e aluguel de equipamentos (US$ 481 milhões), além de despesas menores com royalties, licenças e serviços de informática.

As remessas líquidas de renda para o exterior atingiram US$ 2,145 bilhões no mês passado, com redução de 7,5% em relação a maio de 2005; mas, no acumulado do ano, somam US$ 11,750 bilhões. Maiores, portanto, que os US$ 10,476 bilhões registrados em remessas em igual período do ano passado.

De acordo com o relatório, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 1,576 bilhão no mês, mais que o dobro dos US$ 709 milhões registrados em maio do ano passado. De janeiro para cá, os investimentos acumulam saldo de US$ 6,324 bilhões, com redução de 12,03% frente aos investimentos de janeiro a maio de 2005, que chegaram a US$ 7,189 bilhões.

O BC mantém a previsão de que os investimentos estrangeiros diretos chegarão ao final do ano com US$ 18 bilhões, embora o mercado trabalhe com expectativa de US$ 15 bilhões, de acordo com o boletim Focus desta semana.