Brickmann Titulo
Acabou nosso Carnaval

O senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho, disse que seu partido se colocou à venda, e que analisa a sucessão presidencial com visão de negócios

Por Carlos Brickmann
25/02/2009 | 00:00
Compartilhar notícia


O senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho, disse que seu partido se colocou à venda, e que analisa a sucessão presidencial com visão de negócios: entre PSDB e PT, fica com quem pagar mais. Antes, o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB pernambucano, havia dito outra novidade: que o seu partido fazia política em busca de cargos, e muitos peemedebistas só queriam saber de corrupção.

Está bom, autocrítica é sempre útil. Mas por que ficar contando aquilo que todo mundo sabe? Os dois senadores, Simon e Jarbas, estão entre os políticos mais sérios do País; mas poderiam avançar um pouco, dando nomes e contando casos. O que ambos fizeram foi constatar um fenômeno e dizer que estão fora dele. Nenhum procurou avançar no assunto. Nenhum deles, por exemplo, contou como é que Itamar Franco, convidado para entrar no PMDB e ser candidato à Presidência, foi vencido numa convenção em que houve até pancadaria paga.

Ambos, a propósito, já foram governadores - Pedro Simon uma vez, Jarbas Vasconcelos duas. Louve-se que tenham saído, ambos, sem qualquer acusação que ferisse sua reputação de honradez. Mas que fizeram, ambos, para ajudar a sanear o partido? Afastados do poder, hoje falam. Mas não citam fatos ou nomes.

Aliás, tanto nas acusações de Jarbas como nas de Pedro Simon, ficou faltando um item importante. Ambos dizem que o PMDB olha o Executivo como fonte de cargos, e apoiará quem der mais. Não é bem assim: o PMDB apoiará quem der mais e quem der menos, ao mesmo tempo. Ganhe quem ganhar, não fica de fora.

Jogo rápido

FOI O QUE RESTOU

Três bons exemplos de nossa atividade legislativa, hoje:

1 - Câmara dos Deputados. Neste ano, só escolheu a Mesa diretora.

2 - Senado Federal. Neste ano, só escolheu a mesa diretora.

3 - Câmaras municipais. Apenas como exemplo, este colunista escolheu a de São José dos Campos, São Paulo. A Câmara aprovou um projeto urbanístico que foi vetado pelo prefeito por considerar que a região, já saturada, não teria como suportar o trânsito a ser gerado. Os vereadores não apenas aprovaram o veto, contra seu voto anterior, como reclamaram de ter votado sem saber o que estavam votando. Se votam sem saber em que é que votam, por que estão lá?

É UMA GENTE QUE NÃO SE VÊ
Quando os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux fugiram da concentração cubana, no Pan do Rio, o governo brasileiro os prendeu e deportou imediatamente, num jato de uma terceira potência, a Venezuela, que nada tinha a ver com o assunto. As autoridades federais garantiram, em declarações oficiais e textos de jornalistas amestrados, que ambos estavam loucos para voltar a Cuba. E agora? Os dois "locos por ti, mi Cuba" fugiram do país de novo. Como não estão no Brasil, não há quem possa convencê-los a voltar mais uma vez. Nem soltos, nem presos.

Que levem sua vida em paz. E o governo brasileiro, admitirá que mentiu?

MAIS QUE NUNCA É PRECISO CANTAR
O novo presidente do Senado, José Sarney, determinou que os bancos que lá oferecem crédito consignado (aquele cujas prestações são descontadas em folha) cobrem no máximo 1,6% ao mês. Já é muito: as operações não oferecem qualquer risco ao banco. Mas o tema é outro: se os bancos podem operar no Senado com essa taxa, por que, fora do Senado, cobram mais do que isso pelo empréstimo consignado? E, se não podem, por que nenhum banco reclamou de Sarney? No Senado, há 40 bancos com convênio para operar crédito consignado.

VOLTOU A ESPERANÇA
"Ténêtéhar Porangaty - Educação Escolar Indígena": este é o título da primeira cartilha na língua dos índios Tembé, do Pará. A tribo Tembé vive em sete aldeias na região de Tomé-Açu, onde a governadora Ana Júlia Carepa, do PT, promete construir três escolas indígenas até o fim do ano. A cartilha tem 140 páginas, com desenhos e histórias sobre a cultura da tribo e dos índios do País.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;