Artigo

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de Saúde do mundo e seus problemas de gestão estão na ordem do dia.Foi criado pela lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, com objetivo de propiciar acesso aos serviços de Saúde a toda a população brasileira. Antes é preciso lembrar que a assistência médica ficava restrita aos segurados da Previdência e que aqueles sem carteira de trabalho eram considerados indigentes. Hoje, fazem parte do SUS centros e postos de Saúde, hospitais - incluindo os universitários -, laboratórios, hemocentros, serviços de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa. Esse conjunto forma um dos maiores sistemas públicos de Saúde do mundo.

As raízes do SUS foram fincadas nos anos 1970, quando a chamada reforma sanitária envolveu profissionais, universidades e movimentos sindicais na mudança da separação vigente na Saúde: quem não tivesse dinheiro e não fosse segurado dependia das instituições de caridade ou da ajuda de terceiros. O objetivo central da reforma era eliminar isso e criar sistema de Saúde que fosse universal. O desenho do sistema atual foi traçado na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, a primeira do regime democrático. Com a participação de mais de 5.000 representantes, foram estabelecidas diretrizes do que seria um Sistema Único de Saúde: universalidade, integralidade, descentralização e direção única do sistema de Saúde pública em cada nível de governo. As diretrizes da conferência orientaram a redação do capítulo da Saúde na Constituição de 1988. Dois anos mais tarde, o SUS foi posto em funcionamento.

Entre os avanços, destacamos controle das doenças em geral - a poliomielite, o sarampo e a rubéola foram eliminados -, os programas de controle da Aids e de transplante de órgãos, além das diálises e de procedimentos de alta complexidade nas áreas cardíaca e oncológica. A grande questão está na regulamentação da Emenda 29 e na ampliação das contribuições da União.

Verdade é que a União tem retraído sua participação no financiamento do SUS. Na formação do SUS, na década de 1990, a União contribuía com 75%, 80% de todos os recursos que o faziam girar. Hoje, contribui com menos de 50%. A maioria dos recursos do SUS vem de Estados e municípios. A comunidade pode e deve contribuir para o aperfeiçoamento do SUS, através de efetiva participação nos conselhos de Saúde.

Roberto Canavezzi é enfermeiro e conselheiro distrital de Saúde de São Caetano.

Palavra do Leitor

As hienas
Hienas famélicas são a imagem que nos passa a notícia de que a rivalidade das duas maiores centrais sindicais acirra a disputa que PT (CUT) e PDT (Força Sindical) travam pelo comando do Ministério do Trabalho. Quando é que o povo (que acorre aos milhares para marcha em favor da liberação da maconha ou essas de igrejas) vai acordar e fazer a grande marcha contra a corrupção? Será que essas pessoas já estão tão alienadas que não percebem que são prejudicadas também e talvez as mais prejudicadas?

Aparecida Dileide Gaziolla
São Bernardo

Enfeite velho
Será que só e estou com vergonha de ser andreense neste Natal? Sou a favor da reciclagem, do uso consciente de dinheiro público etc. Mas usar os arranjos do Natal do ano passado que estão amarrotados e desbotados, provavelmente por falta de cuidados na armazenagem de um ano para o outro, para mim já é demais. Moro na Rua Senador Flaquer, em Santo André, e quando olho pela minha janela sinto vergonha e tristeza. Parece que a coleta seletiva ‘tirou do chão e pendurou no poste'. Os andreenses não merecem tamanho mau gosto!

Regina Wink
Santo André

Drogas, nunca!
Causaram-me enorme surpresa as declarações do deputado federal de Diadema José de Filippi Júnior, ao manifestar total apoio à realização da marcha da maconha na cidade (Política, dia 24). E que não só apoiará como ‘sem dúvida' endossaria o projeto, pois a sociedade precisa se desvestir de preconceito. Ora, ser contra o uso da maconha é ser preconceituoso? Será que esse cidadão nunca viu que, quando prendem um estuprador, um assassino de pai, mãe, avó, crianças, a primeira conclusão que se chega é que ele estava sob efeito de drogas? Já parou para pensar como ficarão as coisas se essa ‘inofensiva' droga for legalizada? Nosso ilustre representante, o senhor deveria é se preocupar em trazer para o povo, principalmente aos diademenses que ajudaram a lhe eleger, melhor transporte, melhores Saúde e Segurança, moradia decente, que o seu eleitorado tanto precisa, e que o senhor, mesmo em três mandatos como prefeito, nada fez! Queridos eleitores, o 'troco', nas próximas eleições pensem 1.000 vezes antes de destinar o seu voto.

Christovão Sanches Moreno
São Caetano

Reflexão
No combate sistemático à criminalidade, que se dissemina de forma descontrolada, só há um meio viável. Os cientistas da área de medicina, que dominam o DNA e genética há mais de meio século, necessitam com urgência viabilizar fórmula de eliminar os neurônios cerebrais causadores de crimes hediondos, no princípio da fase de concepção, ou seja, no pré-natal. As verbas astronômicas destinadas à fabricação de armas bélicas se fossem em prol da paz, os 7 bilhões de seres humanos poderiam dispor de casa e alimentos subsidiados, e poder combater a fome e falta de habitação. Que os meus ideais sirvam de reflexão.

Kiyoshi Ikeda
Santo André

Aplicando respeito

Parabéns à professora Leíde Maria Vieira Todaro e à Emeief Monsenhor João do Rego Cavalcanti, em Santo André, pela superação e bonito trabalho, quando receberam alunos indisciplinados no início do ano e conseguiram transformá-los em pessoas melhores e mais bem preparados para serem bons cidadãos (Setecidades, dia 27). Prova de que sem grandes investimentos é possível, com o básico, fazer Educação com qualidade, valorizar o aluno, respeitando, dando amor, carinho, atenção e, acima de tudo, conscientizando sobre os limites e deveres. Como brasileiro, sinto orgulho e muita alegria de ler boas notícias assim. Muito obrigado, educadores.

Charles Gomes De França Jr.
São Bernardo