Economia Titulo Novas regras
Governo estuda oferecer novo benefício de R$ 200

Especialista estima que 100 mil teriam direito na região; 702 mil receberam auxílio emergencial

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
09/02/2021 | 00:10
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A substituição do auxílio emergencial, criado no ano passado para ajudar financeiramente os trabalhadores informais, desempregados e famílias de baixa de renda, continua indefinida. Informações de bastidores, porém, dão conta que a nova aposta do governo federal é a criação do BIP (Bônus de Inclusão Produtiva) no valor de três parcelas de R$ 200.

Para o coordenador do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Jefferson José da Conceição, novas regras limitam o benefício, pelo fato de excluir quem recebe o Bolsa Família. Ele estima que até 100 mil pessoas no Grande ABC estariam contempladas. De acordo com levantamento do Diário, com base nos dados do Ministério da Cidadania, no ano passado 702,2 mil pessoas receberam o auxílio emergencial nas sete cidades até dezembro de 2020.

“A crise sanitária demanda auxilio direto fácil e sem entraves porque essas pessoas estão em enorme situação de vulnerabilidade com gastos crescentes em razão do aumento de preço de alimento e itens de necessidade, sem trabalho ou com trabalho precarizado. Neste contexto, quanto mais simples e direto, é melhor, o que não é o caso do BIP”, avaliou Da Conceição.

O especialista também comparou o programa a espécie de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), pois, para receber o auxílio, a pessoa vai precisar participar de curso de qualificação profissional atrelado ao programa Carteira Verde e Amarela, que permite que empresas contratem profissionais com direitos reduzidos.

A Força Sindical repudiou o programa, classificado como uma “jogada nefasta do governo Bolsonaro”. “Junto com as demais centrais sindicais e com os sindicatos, faremos o possível para que a volta do auxílio emergencial de R$ 600 seja aprovada, sem a retirada de nenhum direito.”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que não é ele quem define o valor do novo benefício, que está em discussão no Congresso.




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