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Religiosa e de enorme coração, Dona Cotinha morre aos 93 anos

Matriarca da família Lemes, mineira se tornou bem conhecida por ajudar pessoas no Pq.São Bernardo

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
06/02/2021 | 00:01
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DGABC


Matriarca da família Lemes e figura mais do que querida no Parque São Bernardo e em todo o Grande ABC, Maria Aparecida do Rosário Lemes, conhecida carinhosamente nas redondezas como Dona Cotinha, morreu ontem, aos 93 anos. Ela sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e não resistiu.

Dona Cotinha atuou por cerca de 21 anos junto da sociedade, sobretudo dos mais carentes, servindo refeições, por exemplo. Ela chegou em São Bernardo no fim dos anos 1960, vinda com a família de Cordislândia, cidade no Sul de Minas Gerais.

A matriarca da família Lemes foi sepultada no Jardim da Colina, em São Bernardo, perto de onde morava. A cerimônia contou com familiares e amigos, que oraram por ela, agradeceram (pela sua vida e seus feitos) e soltaram balões brancos.

Seu filho mais velho, Benedito da Silva Lemes, 68, conhecido como Ditinho da Congada, agradeceu a presença de todos. “Desde que cheguei aqui estou olhando todo mundo. Uma demonstração social, da educação, da sensibilidade e da responsabilidade. Todo mundo de máscara”, afirmou.

Entre as várias ações que a família realiza, uma das mais conhecidas é o almoço de Natal, que chegou à 21ª edição em 2019, quando alimentou cerca de 5.000 moradores da região. “Tenho muita preocupação (com as pessoas). Se vem alguém na minha porta a gente reparte a comida”, disse Dona Cotinha ao Diário, em junho do ano passado.

E foi isso o que seguiu realizando, mesmo com a pandemia da Covid-19. A família doa cerca de 50 cestas básicas por mês. Além da comida, roupas, brinquedos, produtos de higiene e o que mais for possível, eles arrecadam para ajudar.

Para a empreitada, Dona Cotinha contou sempre com a ajuda dos oito filhos. Seu desejo, disse também em entrevista ao Diário realizada no fim de 2020, era que em dezembro deste ano a festa natalina fosse “mais bonita e mais completa de todas”.

Sua preocupação com o próximo era tamanha que, mesmo durante a pandemia, os Lemes seguiram ajudando como puderam. Além do trabalho social, eles realizaram, por anos, auxílio espiritual por meio de benzimentos, trabalho que era feito por Dona Cotinha junto da filha Ana Maria Lemes, que diz ter herdado a missão de seu pai, Antônio da Silva Lemes, que morreu há 14 anos.

Além do olhar ao próximo, a lição que Dona Cotinha deixa é da força da oração. “Ela (prece) é poderosa, e tem que ser feita com fé, sem duvidar”, costumava dizer. 




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