Setecidades Titulo Um passo atrás
Cinema fecha em São Bernardo e região deve aumentar restrição

Novas regras da quarentena entram em vigor hoje e rigidez pode ser maior com reclassificação do Plano São Paulo

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
30/11/2020 | 08:39
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DGABC


A partir de hoje, cinemas, teatros, casas de jogos eletrônicos, atividades infantis e boliches estão proibidos em São Bernardo, assim como esportes coletivos em parques públicos e clubes sociais. Em Santo André, desde quarta-feira não são permitidas apresentações de música ao vivo em bares e restaurantes. As restrições foram publicadas em decretos municipais e se antecipam à reclassificação das cidades no Plano São Paulo, que vai ocorrer hoje, no início da tarde, quando o governo do Estado deve ampliar a rigidez da quarentena imposta pelo coronavírus, reflexo do mau comportamento da população, que aos poucos relaxou os cuidados sanitários, e dos alarmantes indicadores do Grande ABC e de parte da Região Metropolitana.

Como o Diário vem mostrando, as sete cidades da região possuem três dos cinco indicadores levados em consideração pelo Plano São Paulo incompatíveis com a Fase 4 (verde), que permite a reabertura gradual de praticamente todos os setores da economia. O mais grave é a taxa de novas internações, que subiu 36% apenas no mês de novembro, passando de 813 pacientes reclusos no dia 1º para 1.103, ontem, segundo dados da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria). Outros dois pontos críticos da região são os números de casos e mortes. No sábado, as sete cidades acumularam a segunda semana consecutiva de altas, com média de dez óbitos e 519 casos por dia, registros mais altos desde o fim de julho, no pico da pandemia. As únicas taxas favoráveis à região são a disponibilidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a cada 100 mil habitantes e a ocupação destas vagas, os dois indicadores são compatíveis com a fase verde.

A expectativa é que na atualização de hoje do Plano São Paulo a região regrida para a fase amarela, que diminui a capacidade de atendimento de estabelecimentos comerciais e também o período de funcionamento diário. Mas existe a possibilidade de recuo para a fase laranja, na qual não são permitidos o consumo no local em bares e restaurantes, por exemplo, nem abertura de salões de beleza e barbearias.

Em São Bernardo, a Prefeitura se antecipou e, além de impedir a abertura de cinemas e teatros, também emitiu decreto com novas regras para bares e restaurantes que deve reduzir a capacidade de atendimento de 60% para 50%, fechando às 22h e sem música ao vivo. Outros estabelecimentos, como bufês, shoppings e comércio em geral, também poderão receber só 50% da capacidade e horário máximo de funcionamento até as 22h.

Academias podem receber 40% do público em seis horas de funcionamento. Estão proibidas as práticas esportivas de contato e aulas de dança em pares, está vedado o uso de vestiário e chuveiros, além da utilização de piscinas. Salões de beleza e estabelecimentos de estética em geral podem receber 50% de capacidade e funcionamento limitado até as 22h.

São Caetano também já tomou algumas decisões antecipadamente para atender à demanda do novo pico da pandemia. A cidade suspendeu há mais de uma semana as cirurgias eletivas para abrir vagas de internações a pacientes com Covid, e a administração também garantiu que tem estrutura para criar dez vagas de enfermaria na rede municipal. Por enquanto, ainda não há expectativa de retomar o hospital de campanha, estrutura provisória que havia sido montada no Hospital São Caetano.

Para dar conta da demanda, na quinta-feira, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC oficiou a Secretaria de Estado da Saúde e pediu a abertura de mais leitos para Covid nos hospitais estaduais Mário Covas e Diadema, porque as cidades estão sobrecarregadas com demandas de outros municípios, especialmente de São Paulo. “Todas as cidades estão se organizando para atender sua população, mas precisamos do apoio do Estado”, afirmou o colegiado.

Secretaria de Estado informou que analisa o pedido e que os hospitais citados contam, juntos, com 62 leitos para Covid-19, sendo 21 de UTI. 




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