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Com boxe nas veias, família Oliveira segue mantendo esporte vivo

Filhos do medalhista olímpico Servilio de Oliveira, Ivan e Gabriel lapidam talentos e acabam de enviar trio para período de treinos na Seleção

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
10/08/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


O boxe definitivamente pulsa nas veias da família Oliveira. Este sobrenome vem mantendo o esporte com relevância no Brasil desde a década de 1960, quando o ex-pugilista Servilio de Oliveira conquistou a primeira medalha olímpica da modalidade, nos Jogos do México-1968. O sucesso do patriarca, que depois de pendurar as luvas passou a ser auxiliar técnico de Antônio Carollo, no extinto clube da Pirelli, em Santo André e, posteriormente, ainda coordenou a equipe de São Caetano, fez com que os filhos Ivan e Gabriel seguissem os passos e ingressassem nos ringues. 

O primeiro deles até tentou ser atleta, se dedicou por muitos anos, mas foi como treinador, função que o irmão desempenhava, que se encontrou, inclusive levando Valdemir “Sertão” Pereira ao título mundial, em 2006, além de ter revelado inúmeros boxeadores, como o medalhista olímpico em Londres-2012, Yamaguchi Falcão. Os anos se passaram até que a família tivesse sua própria academia. E, hoje, a The Oliveira Brothers, é uma das mais conceituadas do País. Inclusive, acaba de enviar três atletas para a Seleção Brasileira juvenil, convocados para período de treinos em resort em Embu das Artes, onde ficarão até o dia 21.

O capixaba Ronald Andrade Ribeiro, 52kg, 17 anos, e os baianos Pablo Maia, 56kg, 17, e Luís Henrique, 69kg, 18, chegaram de outros Estados no início do ano passado, captados pelos irmãos Oliveira. E os jovens não escondem a felicidade em trabalhar em local com tanta história no esporte, sob as bênçãos de Servilio. “É uma inspiração a mais para nós. Estamos treinando com os melhores e em constante evolução”, disse Ronald. “Me sinto muito feliz em fazer parte dessa equipe tão respeitada no Brasil, na qual tenho referências em quem me espelhar”, completou Pablo.

Todos depositam grande expectativa sobre este período com a Seleção. “Espero me sair bem, mostrar meu trabalho e dar meu melhor em tudo o que for passado. Vou me esforçar bastante para não ser só uma base e, sim, o que vai me fazer virar o 52º titular da Seleção Brasileira”, projetou Ronald. “Tenho certeza que vai me proporcionar muita experiência para campeonatos nacionais e internacionais”, previu Pablo. “Minhas expectativas são as melhores. Vou me dedicar muito, aprender bastante e tentar aproveitar ao máximo cada momento”, emendou Luís Henrique, que não vê a hora de a quarentena provocada pelo novo coronavírus acabar. “Estou muito ansioso para voltar a competir.”

Segundo Ivan de Oliveira, ter seus meninos convocados é um dos objetivos do projeto – que representa Santo André em competições como os Jogos Abertos do Interior. “Todos sabem que somos equipe que trabalha para colocar atleta na Seleção Brasileira. Muita equipe tem projeto social como principal vertente, a nossa não: é o cunho competitivo. Não são os primeiros e não serão os últimos. Primeiro passo foi dado, foram convocados, agora espero que garantam vaga, chamando atenção ainda mais da comissão técnica da equipe olímpica permanente”, projetou o treinador.

Atualmente, a The Oliveira Brothers conta com sete atletas em seu alojamento. “Um é campeão brasileiro (Manchinha), um é o meu filho Bolinha (que está na Missão Europa com o COB – Comitê Olímpico do Brasil –, em Portugal), estes três foram convocados agora para a Seleção juvenil, um é tricampeão brasileiro (Pedro) e outro é cadete (Ricardo)".

E, como não poderia ser direrente, Ivan ressaltou a importância de Servilio em todo o processo. “Meu pai tem grande influência no meu trabalho. Sempre foi grande gestor da modalidade e me ensinou muito para que hoje eu pudesse gerenciar a The Oliveira Brothers. Meu auxiliar é meu filho, João Vitor, então estamos dando continuidade à história, tal qual foi meu pai com meu irmão e comigo”, concluiu.




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