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Billings 95 anos: plenitude em meio à pandemia de Covid-19

Reservatório no Grande ABC faz aniversário; aumento no consumo em fase de quarentena preocupa

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
29/03/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Local de lazer para alguns – exceção feita aos tempos atuais, de quarentena, em razão do novo coronavírus –, fonte de renda para outros e paisagem presente no caminho de muitas pessoas diariamente, a Represa Billings completou na sexta-feira 95 anos. Fundado em 27 de março de 1925 por engenheiro com o sobrenome que o batiza, o reservatório é considerado a caixa d’água de parte do Grande ABC. Afinal, é de um de seus braços (Rio Grande, isolado por barragem física desde 1982 e com capacidade de 112 bilhões de litros) que sai o abastecimento de 1,2 milhão de pessoas de Santo André, São Bernardo e Diadema. Porém, quase um século depois de sua idealização, ainda é vítima do despejo de esgoto, ocupações irregulares e falta de políticas públicas favoráveis.

Em meio à crise da pandemia da Covid-19, as orientações são para que a maior parte da população fique em casa para se proteger da proliferação do novo coronavírus e, concomitantemente, para que todos mantenham ao máximo as mãos, as roupas e os ambientes limpos e higienizados. As implantações de tais medidas já causaram impacto. De acordo com número divulgado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a pedido do Diário, “houve um aumento médio de 6% no consumo de água na Região Metropolitana de São Paulo”. Por outro lado, em razão das chuvas dos últimos tempos, os reservatórios que abastecem a região estão com bons níveis.

O Rio Grande, por exemplo, mantinha 89,2% de sua capacidade na sexta-feira (apesar de o volume ser 1,5% a menos do que no dia do anúncio da quarentena), condição indicada pela Sabesp como “satisfatória” e que “não traz preocupação iminente”. Ainda assim, a companhia e profissionais da área salientam para o “uso racional da água”.

“Pedimos para que as pessoas repensem a utilização da água para outras finalidades que não seja higienização das mãos, etc. No momento que for lavar a roupa, pode pegar água da máquina para higienização do chão, quintal. Quando for lavar a roupa, espere juntar quantidade que caiba no limite da máquina, para evitar pequenas lavagens e gasto excessivo”, orienta a bióloga e especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Ângela Marcondes. “É importante que tenhamos água para este momento essencial, em que é preciso higienizar as mãos várias vezes, as roupas. Vai depender das nossas atitudes agora com esse recurso que é tão importante, que é a água”, emenda.

Para que tanto a Billings quanto seus braços continuem ofertando água de qualidade, é preciso se preocupar com o entorno do reservatório. E, segundo a especialista, manter limpas e protegidas as áreas verdes que circundam a represa é fundamental. “Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Santo André e São Bernardo, que são áreas de mananciais, têm de ser preservadas. Que as pessoas que moram perto se preocupem, para que possamos garantir qualidade da água que vamos mandar às estações de tratamento. E para que as pessoas recebam água com qualidade”, encerra Marta Ângela Marcondes. 




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