O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), admitiu terça-feira ter blefado durante entrevista à imprensa, segunda-feira, ao responder questões relativas à construção de duas unidades da Fundação Casa (antiga Febem) no município.

Na oportunidade, o chefe do Executivo garantiu não ter áreas para indicar ao Estado como opção para evitar a instalação das unidades de recuperação de jovens infratores na Vila Sacadura Cabral.

Terça-feira, porém, a conversa foi diferente. Em reunião com o secretário estadual de Justiça, Luiz Antônio Marrey, o prefeito afirmou ter oferecido três alternativas para o Estado avaliar a melhor opção – a informação foi confirmada pela assessoria da Secretaria de Justiça.

Avamileno, no entanto, não divulgou os locais, segundo ele, por medo de especulação imobiliária. “Não quero criar uma situação porque as áreas são particulares. Ontem (segunda-feira) já tinha estes locais, mas não podia dizer. Assim como não posso falar agora. Se você divulga, pode atrapalhar a negociação ou mesmo criar especulação financeira sobre as áreas.”

Encontro - Avamileno acredita que até o dia 12 de novembro, data da próxima reunião entre Prefeitura e Estado para tratar do assunto, o local para a construção das duas unidades no município já esteja definido.

Até a data, explica o petista, o governo fará vistorias nas opções indicadas para analisar a viabilidade técnica e a infra-estrutura disponível no entorno destes locais. Somente a partir daí é que haverá um parecer.

Outra garantia que o prefeito diz ter por parte do secretário Marrey é que a demolição na Escola Estadual Professor José do Prado Silveira, na Vila Sacadura Cabral, continua suspensa.

A reunião do próximo dia 12 será fundamental ainda para que Prefeitura e Estado tentem um acordo para definir outras questões envolvendo a Fundação Casa.

Ainda não se sabe, por exemplo, quem arcará com o gasto para desapropriar a área a ser escolhida. Caso seja realmente o município, como tudo leva a crer, haverá a negociação acerca da contrapartida. Santo André deve reivindicar o terreno na Estrada João Ducin, onde primeiramente o Estado pretendia instalar a Fundação Casa, ou mesmo lutar pela área na Sacadura Cabral, cuja propriedade está sendo questionada.