O presidente italiano Giorgio Napolitano retomou nesta sexta-feira as consultas para resolver a crise aberta depois da demissão do primeiro-ministro Romano Prodi, que na véspera conseguiu obter um voto de confiança por parte de seus aliados para voltar a formar um novo Executivo.

A imprensa italiana destacou que o pacto de governo de 12 pontos "não negociável, estabelecido durante a madrugada desta sexta entre Prodi e seus aliados na coalizão governamental de centro-esquerda, abre caminho para um novo executivo, chamado de "Prodi-bis".

Se o presidente da República aceitar a solução, o premiê, que apresentou sua demissão na quarta-feira, a submeterá a um voto de confiança por parte do Parlamento. Napolitano se reuniu na quinta com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, assim como com os líderes dos partidos menores que formam a coalizão de centro-esquerda.

O chefe de Estado tem previsto finalizar estas consultas ainda nesta sexta, reunindo-se com os líderes de outras formações políticas do país e com três ex-presidentes da República.

Prodi apresentou sua demissão depois do voto negativo no Senado sobre a política externa de seu Executivo devido à abstenção dos senadores de um partido de extrema-esquerda, membros de sua própria coalizão governamental.

A demissão do primeiro-ministro mergulhou a Itália numa crise política, apenas nove meses depois da chegada ao poder da centro-esquerda. O líder da oposição conservadora, Silvio Berlusconi, declarou na quinta-feira que qualquer tentativa de "reanimar o governo de Prodi está destinada ao fracasso".

Vários deputados de seu partido, o Força Itália, apoiaram Berlusconi pedindo eleições antecipadas. Entre as forças de centro-direita não existe uma estratégia comum em favor de eleições antecipadas e predomina a incerteza sobre a estratégia que se deve seguir ante a fragilidade da coalizão de centro-esquerda, segundo os analistas.