O Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, ultrapassou a marca de 500 cirurgias robóticas realizadas, sendo a maior parte delas nas áreas de urologia, ginecologia, procedimentos bariátricos e gastroenterológicos. A unidade de saúde é a única do Grande ABC a oferecer a tecnologia, desde 2016, com o robô Da Vinci Si, e já realizou 543 procedimentos.

Os 26 médicos habilitados a operar o equipamento passam por intensa formação que inclui curso especializado na Colômbia e ao menos dez procedimentos acompanhados por profissional experiente, antes da atuação individual junto à equipe cirúrgica. “É uma diferenciação tecnológica, uma importância ímpar no que é a grande vocação do hospital, o atendimento de alta complexidade”, afirmou o diretor médico da unidade de saúde, César Torres.

O diretor do Hospital e Maternidade Brasil destacou que o principal ganho com o uso do robô está na precisão dos cortes e pontos, na necessidade de incisões mais curtas – já que as pinças do robô são centenas de vezes menores do que as mãos do cirurgião, visão tridimensional para o profissional que está operando o equipamento, e menor índice de complicações pós-cirúrgicas. “Nossa avaliação mostra que a satisfação do paciente é semelhante aos procedimentos realizados por vídeo (mas sem o robô) convencionais, mas o principal ganho é no pós-operatório”, pontuou.

Toda essa tecnologia ainda tem um preço alto: o custo de manutenção mensal do robô é de aproximadamente de R$ 100 mil para o hospital. “É um equipamento que, para compra, fica em torno de US$ 2,5 milhões”, explicou Torres. O valor da cirurgia varia de acordo com a especialidade, a quantidade de pinças (que são descartáveis) que serão utilizadas, além da técnica cirúrgica escolhida e da equipe.

Segundo o fabricante do Da Vinci Si, existem hoje, no País, 52 robôs cirúrgicos, dos quais ao menos dez estão em hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde). A Rede D'or, a qual pertence o Hospital e Maternidade Brasil, conta com dez equipamentos. “A tecnologia na medicina é uma tendência de mercado e acredito que, com a difusão dessa técnica, em breve, haverá novos fabricantes de robôs, reduzindo os custos e tornando mais acessível o procedimento”, avaliou o diretor. “Em um futuro muito próximo as cirurgias robóticas serão maioria e, certamente, quem começou antes a oferecer essa opção sai na frente”, concluiu.