Teve início na manhã de ontem a primeira de duas etapas de obras para a renovação de 171,6 quilômetros de rede de abastecimento de água de São Bernardo. As melhorias, sob responsabilidade da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), terão investimento de R$ 110 milhões com o objetivo de melhorar a qualidade do produto ofertado às residências e comércios e reduzir o índice de perda física de água da cidade (vazamentos) – hoje na casa dos 18% – para 14% até 2020.

A meta é concluir a primeira etapa dos trabalhos no período de 18 meses. Nesta fase, serão substituídos 87,7 quilômetros de redes, beneficiando cerca de 180 mil moradores dos bairros Taboão, Vila Mussolini, Vila Marchi e Nova Petrópolis, consideradas regiões com maior índice de perdas.

Ao lado do secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, do diretor-presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Benedito Braga, e da primeira-data e deputada estadual, Carla Morando, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), destacou que o projeto representa “ação responsabilidade socioambiental por parte da Sabesp”. “É uma empresa que olha para o futuro. Água não é apenas um bem essencial para o presente, mas também para as próximas gerações. Nossa cidade tem que ser exemplar no tratamento que dá a este bem precioso, porque a caixa d’água de toda a região metropolitana é a nossa represa Billings.”

O projeto também prevê a instalação de nove válvulas redutoras de pressão, sendo que 90% das obras serão executadas por meio do método não destrutivo, ou seja, sem a necessidade de abertura de valas nas ruas. “Serão 4% a menos de água desperdiçada, que passará a ser reservada. Isso é zelar pelo meio ambiente. Essa parceria com São Bernardo nos permite mostrar que quando um governo quer a coisa anda”, observou Penido.

A segunda etapa de obras prevê a renovação de 83,9 km de redes, atendendo aos bairros Pauliceia, Cacilda e Nova Petrópolis/Centro. Esta fase deve ser iniciada no segundo semestre deste ano. “A Sabesp e a Prefeitura estão trabalhando em conjunto para aumentar a segurança hídrica. Nos anos de 2014 e 2015 passamos por uma situação muito difícil e estamos trabalhando para que isso não volte a acontecer”, pontuou Braga.

A renovação dos 171,6 quilômetros de tubulações de água – o equivalente à distância entre São Paulo e Santo Antônio do Pinhal, no Interior do Estado – trará economia de 1,4 bilhão de litros de água a cada ano.

Índice de perda do recurso varia entre 12% e 43% nas sete cidades

Manutenção precária na rede de distribuição somada às ligações clandestinas resultam no desperdício de milhares de litros de água todos os dias. Entre as sete cidades da região, os índices de perda do recurso hídrico variam de 12% a 43%.

Nos municípios cujo saneamento é de responsabilidade da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), São Bernardo perde em torno de 18%; Diadema, 17,8%; Ribeirão Pires 13,3%; e Rio Grande da Serra, 12%. Em Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) a perda de 2018, até novembro, foi de 43,12%, índice que vem aumentando desde 2016 (naquele ano, a perda foi de 39,5%).

Já em São Caetano, conforme o Saesa (Serviço de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) o volume desperdiçado em 2018 foi de 14%, a maior parte causada por vazamentos.

Em 2016, último ano com dados oficiais, o Brasil registrou 38% de perda, o equivalente a 17,5 milhões de m³ de água potável, segundo dados do Instituto Trata Brasil.