Iniciada em 2013 e paralisada há pelo menos três anos, a obra de urbanização do núcleo Capelinha, em São Bernardo, deve ser retomada em junho. O prazo foi confirmado na semana passada pelo secretário de Habitação da cidade, João Abukater Neto, após a administração municipal agendar para março a abertura das propostas de empresas interessadas em executar as obras de infraestrutura no bairro, próximo à Represa Billings, na região do Estoril. 

Interrompidas desde o fim de 2016, após problemas administrativos e contratuais, as intervenções, segundo Abukater, devem ser reiniciadas logo após o encerramento do processo licitatório. A previsão é a de que as obras sejam concluídas em 12 meses após sua retomada. “Nossa expectativa é iniciar os trabalhos em junho e encerrar a urbanização até o segundo semestre do próximo ano”, estimou.

Orçado em R$ 55,8 milhões, sendo R$ 32,3 milhões com recursos da União e o restante contrapartida da Prefeitura, o projeto foi um dos grandes entraves encontrados pelo atual prefeito Orlando Morando (PSDB). Contemplada em 2011 pelo governo federal com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a urbanização previa a construção de 216 moradias até o fim de 2015. Mais de oito anos depois, no entanto, somente 52 foram entregues no bairro Cocaia e outras 12 no Capelinha.

Neste período, segundo a Prefeitura, aconteceram duas paralisações nas obras de urbanização em decorrência de problemas administrativos. O último, inclusive, envolvendo impasses contratuais, que resultaram “num amplo processo de revisão completa do projeto”, o que motivou a rescisão do contrato com a Construtora Cronacon Ltda, até então responsável pela execução dos serviços.

Com a solução do impasse, após anos de espera, famílias que residem na área próxima à Represa Billings, na região do Estoril, tiveram esperança renovada em mãos chave da casa própria.

A expectativa é a de que a vencedora do certame faça a construção de 182 unidades divididas em dois conjuntos. Além disso, obras de infraestrutura, como pavimento de vias e calçadas devem ser executadas em vias do bairro. “Uma vez concluídas essas obras de urbanização, moradores do Capelinha vão ter à disposição um cantinho do céu, com muito verde no entorno e uma região que irá dispor de infraestrutura completa”, avaliou Abukater.

Moradores removidos anteriormente para construção das unidades habitacionais dizem aguardar com ansiedade a conclusão dos trabalhos. Atualmente, 182 famílias vivem com auxílio moradia no valor de R$ 300. 

Caso do ajudante geral Alan Luiz de Souza, 24, que há dois anos aguarda a entrega das chaves de sua moradia. “Vi o prédio ser construído, porém há quase três anos ele está abandonado, sem acabamento. Espero que dessa vez tudo dê certo”, relatou.

Situação idêntica à enfrentada pela aposentada Maria Inocêncio Pedro, 80. “Meu maior sonho é poder ter essa chave nas minhas mãos depois de cinco anos e ter meu próprio lar.”