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Água da Prainha do Riacho Grande está imprópria para banho

Apesar da bandeira vermelha, moradores da região
e da Capital ignoram o alerta e nadam na represa

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
17/02/2017 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


A qualidade da água na Prainha do Riacho Grande na Represa Billings, em São Bernardo, está imprópria para banho. Mesmo com a sinalização, embora com apenas uma bandeirinha, banhistas se deslocam das cidades da região e mesmo de São Paulo para nadar na represa e não se preocupam com a classificação.

O pedreiro Hugo Chavez, 43 anos, levou os sobrinhos Rilderilly Silva, 16, e Neriberto Silva, 6, para conhecer o balneário. Os meninos são do Rio Grande do Norte e nunca tiveram a chance de nadar em local parecido. Mesmo ao lado da sinalização, a família não tinha se dado conta da indicação de imprópria.

“Todo mundo toma banho aqui, então nunca pensei que tivesse problema. Quis trazer os dois para fazerem algo diferente, e pensei aqui no Riacho, por ser mais próximo do que a praia”, afirmou o morador do Jardim Silvina.

A família da dona de casa Ana Souza, 52, da Zona Norte de São Paulo, escolheu a quarta-feira de folga para passear no Riacho. Eles estavam na área da represa próxima à Via Anchieta, onde não há sinalização. Ela não sabia que a água estava imprópria.

“É a primeira vez que venho, mas não sabia sobre a qualidade da água. Como meu marido sempre pesca aqui, resolvemos vir passear com minhas filhas e netos. Agora todo mundo já se molhou nessa água.”

Desde a primeira medição da qualidade da água na Prainha neste ano, realizada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) logo no início de janeiro, a água foi considerada como imprópria para os banhistas. A situação se manteve inalterada na última medição, que aconteceu em 7 de fevereiro.

“A Prainha apresentou condição própria para balneabilidade em todas as semanas dos meses de novembro e dezembro de 2016. Porém, na maior parte deste ano esse local se manteve impróprio para banho”, afirmou a companhia, em nota.

Até dezembro de 2016, a manutenção da sinalização das praias era realizada em convênio com a Prefeitura de São Bernardo, por meio de um termo de cooperação técnica assinado entre a Cetesb e a Secretaria de Gestão Ambiental da administração anterior, do governo Luiz Marinho (PT). “A Cetesb já entrou em contato com a Secretaria de Gestão Ambiental da nova gestão para manutenção desse termo e a sinalização das praias”, informou.

Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de São Bernardo afirmou que se trata de uma questão pontual a existência de uma bandeira de sinalização, que já providenciou, junto à Cetesb, novos equipamentos para reforçar a sinalização.

SAÚDE
A bióloga especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes afirmou que a bandeira vermelha é uma sinalização de que não é saudável entrar na água. A classificação é aplicada de acordo com a quantidade de bactérias das espécies Escherichia Coli, Coliformes e Entrecocos.

“São bactérias perigosas para a pessoa que engole água ou tem algum ferimento”, afirmou a especialista. Gastroenterite, hepatite A e cólera estão entre as doenças que podem ser transmitidas ela água contaminada.

A professora, que é uma das coordenadoras do projeto Expedição Billings, que mede o índice de qualidade de água na represa, afirmou que a região da Prainha é problemática: “Na análise do ano passado estava sempre entre ruim e péssimo. O grande problema são justamente os grupos de bactérias, que indicam despejo de esgoto”, afirmou. 




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