Quase terminou em tragédia o deslocamento das torcidas de Palmeiras e São Paulo entre o Grande ABC e o estádio do Morumbi, domingo à tarde. A estação de trem de Santo André, no Centro, foi palco de muita confusão e pancadaria entre policiais e torcida. O saldo: alguns feridos, guerra de pedras e invasão palmeirense, tanto pelos muros quanto pelas catracas do terminal.

O confronto teve início por volta das 14h. Um vagão cheio de são-paulinos, vindo de Rio Grande da Serra e com destino ao terminal Luz, parou exatamente na hora em que os palmeirenses entravam na estação de Santo André. Segundo os policiais ferroviários federais, os palmeirenses iniciaram o confronto. “Cerca de 70 torcedores viram os são-paulinos e começaram uma guerra de pedras. Entraram no espaço dos trilhos (onde há pedras) para tentar chegar a outra plataforma, onde estava o trem com são-paulinos”, contou Leiros, o chefe do policiamento ferroviário.

O medo tomou conta das pessoas que transitavam pelo local. “Nunca vi algo assim. Ouvi uns estouros, pareciam tiros. Foi uma batalha entre a polícia e os palmeirense. Tinha gente sangrando, correndo. Só deu tempo para abaixar as portas e rezar”, revelou uma comerciante que trabalha no piso subterrâneo da estação e que preferiu não se identificar.

O trem com são-paulinos fechou as portas e partiu rumo à capital. “Ficamos na linha de fogo. Levei pedradas nas costas, mas o efetivo conseguiu conter o pior, que seria o confronto entre as torcidas”, disse Leiros. Depois do duelo, o grupo palmeirense – cerca de 70 torcedores – passou quase uma hora discutindo com a polícia ferroviária, que já estava reforçada pela polícia Militar (cinco viaturas foram acionadas ao local).

Os palmeirenses reclamavam do excesso de força policial. O chefe respondeu. “Só contemos a briga”, finalizou Leiros. Um torcedor com o nariz fraturado foi levado pelo resgate ao Pronto Socorro Central de Santo André. Outros mostravam as costas, marcadas por vergões dos cacetetes. Mas nenhum quis se identificar. Preferiram ir para o jogo.