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Número de segurados do Imasf vai crescer 200%
Por Teresa Pimenta
Do Diário do Grande ABC
10/02/2006 | 08:08
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O Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) de São Bernardo vai ter o número de segurados aumentado em 200% a partir de 1º de abril, quando passa a ser a única opção de plano de saúde para 45,2 mil pessoas – funcionários públicos da ativa, aposentados, pensionistas, dependentes e agregados. O contrato com o convênio particular que têm hoje carteira de 30 mil usuários será rompido, de acordo com projeto aprovado esta semana pela Câmara. A eles vão se juntar 15,2 mil já atendidos pelo Imasf. O presidente do Conselho de Administração do instituto, Ovídio Prieto Fernandes, garante que não haverá problemas na transição, mas os servidores temem um colapso.

Para fazer frente ao aumento de usuários, o Imasf vai contar com a estrutura atual, mais o aluguel de uma ala no Hospital São Bernardo, que já é conveniado, com capacidade inicial de 22 leitos, e um conjunto de 26 consultórios para 15 mil atendimentos ao mês. “Para o primeiro momento, o que temos é suficiente. Vamos dar conta do recado. Faremos um controle maior das despesas, pois hoje são pedidos muitos exames, materiais e medicamentos desnecessários”, disse Fernandes. O coordenador de Recursos Humanos da Prefeitura, José Edson da Silva, também defende a unificação. “Teremos dois meses para regulamentar a lei e acertar todos os detalhes. Ninguém vai perder, tanto em relação ao custo quanto à qualidade.”

Outra preocupação dos servidores é a interrupção do tratamento. Um funcionário que pediu para não ser identificado contou que, após um enfarte, faz acompanhamento com cardiologista e acupunturista. Ele reclama por ter de trocar de médicos. A situação pode se complicar porque na primeira fase da mudança todos serão automaticamente inscritos no plano básico – que tem menos médicos, hospitais e laboratórios credenciados. Entre 1º de abril e 1º de junho, cada um poderá optar pelos planos mais completos, sem carência.

A presidente do Sindicato dos Servidores, Vânia Aparecida de Souza, não acredita que seja possível manter a qualidade do atendimento. “Como a estrutura vai ser mantida se o instituto passa por uma crise e muitos médicos se descredenciaram nos últimos tempos por causa do valor baixo de consultas?”, questionou. Para a sindicalista, é quase certo que o Imasf aumente seus preços para bancar o aumento no número de beneficiários. “O atendimento, que já é falho, deve piorar.”

Segundo o presidente do conselho, isso não vai acontecer. “Já contratamos uma empresa, que começa a trabalhar na próxima segunda-feira, para fazer uma ampla pesquisa sobre o perfil dos usuários do convênio particular”, afirmou. O estudo vai abranger itens como faixa etária, especialidades médicas mais procuradas, quantidade de internações e cirurgias, inclusive as já programadas.



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