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Seqüestro pode virar roteiro de filme
31/08/2001 | 00:06
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  Na sexta-feira, o SBT deveria ter exibido à noite o filme O Preço de um Resgate, de Ron Howard, com o astro Mel Gibson que bate e arrebenta os criminosos que seqüestraram seu filho. O filme foi suspenso por causa do seqüestro da filha do dono da rede, Silvio Santos. Uma semana depois, o próprio Silvio estava seqüestrado em sua casa.

Di Moretti, como milhões de brasileiros, acompanhou o caso pela TV. Moretti é um dos melhores roteiristas de cinema do país. Ganhou o prêmio da categoria no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro do ano passado, pelo filme Latitude Zero, de Toni Venturi.

“Não tem como fugir ao que talvez seja um chavão, mas a realidade é mais forte que a ficção”, disse nesta quinta Moretti, depois de seguir os eventos que dariam um filme. E que filme! “Se a gente colocasse aquilo na ficção a maioria das pessoas ia achar inacreditável.”

Ao analisar todo o episódio do ponto de vista dramatúrgico, ele não pôde deixar de comentar o comportamento dos “personagens”. Acha que é isso que faz a riqueza do caso todo e estimula a imaginação de um escritor para cinema, como ele.

“Se fosse ficção, ia dizer que o autor do script trabalhou com a reversão da expectativa do público”, diz. De que maneira? “O seqüestrador que busca proteção com o seqüestrado é uma novidade na ficção, que foi inventada pela realidade deste caso.” Pelo menos ele diz que nunca viu ou ouviu nada parecido.

Se depender de Walkíria Barbosa, esse filme sai. A produtora da Total Filmes confessou que havia passado o fim de semana siderada, a pensar nas possibilidades dramáticas do seqüestro da filha de Silvio Santos, Patrícia Abravanel. O desdobramento do caso mexeu ainda mais com sua cabeça. O efeito que esse seqüestro produziu sobre um roteirista e uma produtora talvez ainda coloque na tela, em formato de ficção, a história da vida real que deixou o Brasil em transe nesta quinta.




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