Ninguém está mais contente com a boa fase do Água Santa que o torcedor que costuma lotar o Estádio Inamar. E um deles, em especial, acompanha a equipe desde quase sua criação, em 1981: Júlio César Gonçalves, 39 anos. Nascido em São Paulo, na Freguesia do Ó, ele chegou em Diadema com a família há 32 anos e, desde então, torce pela equipe, que se profissionalizou em 2011.

“A minha paixão vem desde a época do futebol amador (várzea). Quando profissionalizou, foi um marco para a gente. Diadema estava devendo um time profissional. Todo mundo ficou empolgado em disputar um campeonato oficial e reconhecido. Foi como se a gente tivesse ganhado na loteria”, afirmou Gonçalves, que é diretor da torcida organizada Aquáticos, uma das maiores do Netuno.

O amor pela equipe é tão grande que até mesmo o clube pelo qual torcia ficou de lado. “É um amor muito grande. Não conseguimos explicar. Antes, a gente falava que era são-paulino ou corintiano, mas hoje deixamos nosso clube de coração em segundo plano. Nosso clube agora é o Água Santa. Há quatro anos, a gente estava na várzea e, em 2016, pode disputar a Primeira Divisão do Paulista. Para nós, está sendo maravilhoso. É uma alegria muito grande, vamos ficar de peito estufado”, comentou.

Se a fase da equipe hoje é ótima, nem sempre foi assim. Em determinados momentos, principalmente na campanha da Série A-3 do ano passado, quando o time demonstrou fragilidades, houve cobranças e vaias para o treinador Márcio Ribeiro, principalmente por conta do meia Lucas Limão, que era sempre substituído nas partidas e agora já não está mais no clube.

“Nós já chegamos a criticá-lo (Márcio Ribeiro). Nós vemos de uma forma diferente, ele lá dentro sabe o dia a dia do jogador, quem está melhor. Existia uma certa resistência em aceitá-lo (técnico). O torcedor quer que o time vá para frente e faça gol. Às vezes, ela dava uma segurada e a torcida reclamava. Hoje, o Márcio tem 100% de aprovação, tanto é que sábado ele foi ovacionado pela torcida”, explicou Gonçalves.