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Ícone andreense, Mineirinho faz 40 anos com espírito de 20

Hexacampeão mundial de skate vertical, Sandro Dias garante muito gás para queimar

Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
18/04/2015 | 07:00
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Banco de Dados/DGABC


 Quarentão com espírito de um jovem de 20 anos. É assim que o skatista Sandro Dias, o Mineirinho, nascido em Santo André, chega aos 40. Hoje, o hexacampeão mundial de skate vertical e medalhista de ouro do X Games receberá em sua casa, em Bragança Paulista, no Interior, vários ícones do esporte de quatro rodas, como Sérgio Negrão e Lincoln Ueda.

“Estou numa fase boa de físico, ainda tenho gás. E tenho experiência. É engraçado, mas a gente continua evoluindo e competindo de igual para igual com a molecada. Não vejo um fim da minha carreira tão cedo”, contou Mineirinho ao Diário, entre os tradicionais risos.

Ao lado do carioca Bob Burnquist, o andreense faz parte da primeira geração de skatistas brasileiros que conseguiram fazer carreira no esporte e viver da paixão sobre as quatro rodinhas. Para chegar ao hexa mundial, sendo cinco seguidos entre 2003 e 2007, além do título em 2011, e às medalhas de ouro do X Games, em 2004 e em 2006, não foi fácil.

“Iniciei no skate em Santo André, em uma pista particular. Mas ia mais em uma pública em São Bernardo. Sou andreense de coração, mas no momento em que precisei, fui obrigado a sair da cidade porque não tinha condições”, lembrou Mineirinho, que foi o primeiro a executar a lendária manobra de 900 graus em competição – além, é claro, de ser o Rei dos 540 graus, sua marca registrada.

Além das poucas condições para treinar, a falta de equipamentos de qualidade fazia com que os brasileiros não pudessem se desenvolver no esporte.

“Não tínhamos esperança de que o skate poderia ser um meio de vida ou ter um futuro, tanto em questões de patrocínio ou equipamento. Era tudo inferior. A gente não tinha informação também, os vídeos chegavam dois ou três anos depois. Só não paramos de andar por amor ao esporte”, explicou.

“Fico feliz por ter feito parte dessa geração e ter histórias para contar. Hoje tudo é mais fácil, o que a molecada aprende em um ano a gente fazia em cinco. Poder mostrar pelo que passamos é maravilhoso. Às vezes os jovens acham que as coisas acontecem do dia para a noite, mas não é assim”, comentou o skatista.

Mineirinho não se vê morando na região novamente. Não pela falta de estrutura, mas sim pela violência. “A qualidade de vida (em Bragança) nem se compara. Gosto de representar minha cidade, mas não me vejo morando na região, é mais pelo meu filho”, explicou.

Mas uma coisa é certa: Santo André nunca sairá do coração de Sandro Dias, que será, para sempre, um patrimônio esportivo da cidade.




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