Os sete prefeitos do Grande ABC terão audiência amanhã, em São Paulo, com a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior (PT), na tentativa de desbloquear projetos alinhados junto à União. Este será o primeiro encontro entre o grupo e a petista, que possui raízes em Santo André. Grande parte das intervenções em parceria com o Palácio do Planalto está travada diante da crise econômica no País e do envolvimento de empresas responsáveis pelas obras na Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras. O banco público tem função de auxiliar linhas de crédito.

Miriam assumiu o cargo na empresa financeira em fevereiro. Até dezembro, a petista comandava o Ministério do Planejamento, no qual permaneceu por quatro anos – deu lugar a Nelson Barbosa. “Ela é conhecedora das propostas e da realidade da região. Não há pauta pré-definida. Vamos lá neste momento sem lista de reivindicações. É a primeira reunião após a sua entrada na Caixa”, alegou o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT). A cidade tem 49 projetos ligados – parados ou em andamento – com o governo federal, que, juntos, totalizam R$ 624,6 milhões.

No Grande ABC, conforme reportagem do Diário, são 281 intervenções espalhadas pelos municípios – contabilizadas com a inclusão de números da Prefeitura de Ribeirão Pires, disponibilizados ontem –, com promessa de investimentos no valor de R$ 4,9 bilhões. Desses planos de equipamentos, 127 ainda nem saíram do papel. O cenário negativo coloca em xeque a garantia de conclusão dos projetos.

As obras do Hospital da Vila Luzita, em Santo André, que iniciaram em 2011, por exemplo, estão paralisadas. A administração petista aguarda o repasse de R$ 6,9 milhões da União, por meio da Caixa, para conseguir finalizar a edificação. “Nós entregamos o projeto, eles (banco) precisam analisar e liberar o dinheiro. Dentre outras questões, o prefeito vai levar essa demanda, assim como unidades (habitacionais) do Minha Casa, Minha Vida, e do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), além da canalização de córregos”, frisou o secretário de Saúde andreense, Homero Nepomuceno (PT).  

Com requerimento, Alex pressiona por prazo de retomada dos repasses

Requerimento do deputado federal Alex Manente (PPS), de São Bernardo, foi lido em plenário e foi protocolado no gabinete da Presidência da República, solicitando informações a respeito da interrupção dos repasses federais para obras em São Bernardo, em especial as do Projeto Drenar.
O governo Dilma Rousseff (PT) tem 60 dias para responder os questionamentos feitos pelo parlamentar, que preside o PPS na esfera estadual.

“O mais grave é que houve estelionato eleitoral. Vendeu-se informação de que se não votasse na Dilma os recursos não chegariam ao Grande ABC. A população votou e agora se depara com cemitério de obras”, reclamou Alex.

O deputado federal teme que haja necessidade de readequações financeiras ou interrupção total dos empreendimentos. “O risco é jogar o dinheiro público no ralo, na lata do lixo.”