Pelo menos quatro diretórios estaduais do PP se rebelaram contra uma decisão tomada pela direção partidária na semana retrasada de adiar em até seis meses o próprio mandato que acaba no próximo dia 15 de abril. Esse grupo é composto pelos diretórios do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás.
O presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi, afirma que o partido está "desconfortável" com o envolvimento da cúpula da legenda nos principais esquemas de corrupção e diz ser contra a manutenção da atual direção. Para ele, chegou a hora de separar "o joio do trigo" na sigla.
"O partido está desconfortável com isso e quer novos caminhos e novos nomes para dirigir o partido em nível nacional", afirmou. "A instituição não pode ser vítima do processo. Temos que lutar dentro do partido para separar o joio do trigo", disse o dirigente estadual.
A Executiva Nacional do PP vai se reunir na terça-feira da semana que vem para definir a nova data da convenção.
Para o deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), a resolução foi decidida por uma instância incompetente e sem amparo legal, uma vez que o estatuto interno do partido não prevê a prorrogação do mandato. "Só pode acontecer se for para coincidir com calendário eleitoral, o que não é o caso", disse.
Segundo o parlamentar, a justificativa que a Executiva Nacional usou para prorrogar o mandato - a investigação de lideranças na Operação Lava Jato - também pode ser usada para se pedir a alteração da diretoria. "É inegável que os pedidos de investigação causaram mal-estar no partido", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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