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Tarifa de água e esgoto terá reajuste de 23% em Diadema
Por Evelize Pacheco
Do Diário do Grande ABC
04/02/2005 | 15:34
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A Saned (Companhia de Abastecimento de Diadema) vai aumentar a tarifa da água e esgoto a partir do dia 18, em média 23,5%. Todas as categorias de consumidor (residencial, comercial e industrial) da cidade sofrerão reajuste, que variam de acordo com o volume de água e esgoto tratados, com mínimo de 5% até 32%. O custo médio da água será de R$ 1,53 o m³ e poderá chegar a R$ 3 por m³ com o esgoto incluído. Esses valores serão cobrados nas contas com vencimento em março. As tarifas mínimas, cobradas de estabelecimentos com consumo zero, são as que mais sofrerão o impacto do aumento. Para residência serão cobrados R$ 11,08 (água e esgoto) e para comércio e indústria, R$ 12,30 (água e esgoto).

Segundo a companhia, os preços dos serviços estavam congelados há dois anos e, nesse período, houve aumento das despesas gerais, o que provocou o desequilíbrio em 30% do orçamento e impedia novos investimentos. Para fundamentar o índice, a Saned se ampara nas variações da inflação, que chegou a 35%. “Seguramos por dois anos, e tentaremos segurar (esse preço) para os próximos dois anos”, garante o prefeito José de Filippi Júnior. “Temos de pagar esse preço político agora para não pagar um outro maior lá na frente, sem investimento.” A contrapartida para o bolso do consumidor de Diadema, justifica o prefeito, serão os investimentos, como a obra de reversão do esgoto que hoje é jogado na represa Billings. “Queremos ser a primeira cidade do Grande ABC a não poluir a represa já em outubro”, estima o prefeito.

No entanto, nestes últimos dois anos, a companhia vem pagando à Sabesp R$ 0,39 por m³ de água fornecida à cidade – valor resultante de um acordo regional e adotado também pelas autarquias municipais de Mauá e Santo André. Há uma briga judicial destas cidades, que questionam os custos da autarquia estadual. No ano passado, houve tentativa do governo do Estado em renegociar esses valores com os prefeitos no Consórcio Intermunicipal, mas o impasse continua. “Enquanto a Sabesp não abrir as planilhas do custo da água, pagamos esse valor. Mas estamos dispostos a reavaliá-lo”, explica o superintendente da Saned, Walter Rassmussen. A diferença entre o que paga pela água e o valor cobrado dos consumidores, explica o diretor, é consumida com os custeios e investimentos da Saned. “Não há lucro, é uma empresa pública. Tudo aumentou, então tem de ter uma sobra para investimento”, enfatiza o diretor.

Na defesa da medida, tanto Filippi quanto Rasmussen ressaltam que o índice médio está abaixo do praticado pela Sabesp – de 27% – para o mesmo tipo de serviço neste período, assim como outras tarifas, como a de energia elétrica, que sofreu reajuste acumulado de 31%. “Isso pode servir de exemplo para os serviços privatizados”, destaca o prefeito.

O reajuste das tarifas de água e esgoto atinge em cheio o setor residencial, segmento que consome a maior parte da água fornecida pela Saned. O faturamento resultante desse setor chega agora à casa de R$ 1,386 milhão para o consumo de 1.150 milhão de m³ de água. A meta da Saned é dobrar o potencial de investimento, que no ano passado estava estimado em R$ 3,5 milhões, dentro de um orçamento estimado em R$ 51,9 milhões para este ano. “Queremos chegar entre R$ 5,5 milhões a R$ 6 milhões para investimentos neste ano”, conta o diretor administrativo da empresa municipal, André Oliveira Castro.



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