Como em vários outros casos no Grande ABC, as exportações foram a saída encontrada por essas empresas para evitar a dependência do mercado interno, sujeito a diversas oscilações, além da intenção de tornar suas atuações mais competitivas. As duas companhias participaram quinta-feira de um curso sobre exportação na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC em parceria com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) em busca de capacitação e também para ampliar conhecimentos sobre o processo de exportação.

O programa é parte do Projeto de Apoio às Exportações, da Agência de Desenvolvimento e visa à promoção da cultura exportadora, especialmente, para as micro e pequenas empresas.

Segundo Nilson Grizante, coordenador do Projeto, a Agência quer fazer um trabalho de base junto às pequenas empresas para incentivar a exportação. Ele diz que dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que existem na região 7.878 empresas de pequeno porte. “Queremos descobrir quantas destas são organizações que exportam”, comenta. Para isso Grizante aguarda um levantamento a ser feito pelo MDIC.

A Agência também detectou essa necessidade a partir dos dados de exportação da região. O Ministério divulgou recentemente que as empresas do Grande ABC exportaram US$ 2,9 bilhões de janeiro a setembro deste ano, montante 33,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. No entanto, mais de 70% se referem aos volumes movimentados pelas grandes companhias, como as montadoras.

O programa de exportação desenvolvido quinta-feira na Agência teve o objetivo de orientar as empresas de pequeno porte sobre os procedimentos relacionados à exportação. “Queremos mostrar para esses empresários que exportar não é um bicho de sete cabeças e que a oportunidade existe para todos”, comenta Carlos Luis Tavares, analista de comércio exterior do MDIC.

A supervisora de vendas da Heral, de Diadema, Sueli Brambilla, afirma que a empresa atua nos mercados do México, Argentina e Venezuela e agora quer conquistar participação em países da Europa. O gerente Industrial da Marro, de Ribeirão Pires, Kazuhiro Miyata, por sua vez, fornece para empresas multinacionais no mercado interno e espera, por meio destas, alcançar subsidiárias em outros países.

A Heral, com 80 funcionários, produz 140 toneladas por mês de elementos de fixação (porcas) para empresas do mercado nacional. A Marro é fabricante de máquinas operatrizes fornecidas para companhias multinacionais do setor de autopeças como Bosch e AlliedSignal.