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Gato com mais de sete vidas

Livro reconta trajetória de um dos programas mais icônicos da rádio brasileira

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
08/02/2019 | 07:00
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Divulgação


Muito antes de um gato virar protagonista de novela – o León, de O Sétimo Guardião, da TV Globo –, um outro bichano já chamava a atenção do público. É que foi com o miado dele, usado como despertador, que muitos ouvintes não perderam a hora de pular da cama e seguir com o dia, seja para escola, trabalho ou qualquer outro compromisso. E isso se repete há exatos 45 anos.

Não falamos, no entanto, de um animal físico, como o da teledramaturgia, mas sim de um dos programas de maior audiência do rádio, O Pulo do Gato, da Bandeirantes, liderado durante todo este período pelo apresentador José Paulo de Andrade. Tamanha importância do programa radiofônico virou, portanto, o livro Esse Gato Ninguém Segura (Ed. Letras do Pensamento, 210 páginas, R$ 45), do jornalista Claudio Junqueira, que será lançado amanhã, às 15h, na Cafeteria The Coffee Is On The Table (Rua Adolfo Bastos, 68), em Santo André.

O jornalista, que durante 11 anos fez parte da equipe do programa, diz que a escolha do lançamento no Grande ABC tem uma razão. “É por causa do público. Fizemos uma pesquisa e a região é um forte reduto de O Pulo. Nada mais justo começar por aí”, diz Junqueira. Tanto que, por diversas vezes, a coluna Memória do Diário, escrita por Ademir Medici, acompanhou a trajetória do programa.

O livro, que demorou três anos para ficar pronto, é uma adaptação da tese de mestrado de Junqueira e foi escrito a partir das memórias dos entrevistados, transcrições de áudios raros, fotografias inéditas, reportagens, documentos e quadros de sucesso, como o Boca no Trombone. E muitas passagens ficaram na lembrança. “Em depoimento, José Paulo me disse que o que mais o marcou foi quando anunciou a queda do presidente do Chile (Salvador Allende, em 1973), que acabou sendo executado. Ele falou no ar que ‘tudo indicava que tivesse sido executado por militares’ e o Brasil vivia a ditadura também. Quando terminou o programa, a diretoria o chamou e disse que aquilo seria muito grave, já que era o primeiro ano que eles estavam no ar, mas no fim não deu em nada”, lembra o jornalista.

Tanto não deu que o apresentador, ainda hoje, todos os dias, a partir das 5h30, abastece o público de informações. “Eu sou referência do programa e ele é minha referência. É o Zé Paulo d’O Pulo do Gato, é O Pulo do Gato do Zé Paulo – então ficou uma coisa só, é muito ligado. Cá entre nós, é o programa mais importante que eu fiz em toda minha vida”, reconhece, no livro, José Paulo de Andrade. Não à toa, trata-se da atração radiofônica há mais tempo no ar com o mesmo apresentador. 




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