Depois de selar a presença do time no grupo dos quatro melhores classificados na Série B do Brasileiro, o Santo André (43 pontos, em terceiro) promete de novo uma postura discreta diante do Marília, às 20h30 de hoje, no Interior, em busca da vice-liderança - o Vila Nova tem 44 e o Corinthians lidera (51). A Rádio ABC transmite do estádio Bento de Abreu. Aparentemente, nem a mais recente vitória sobre o Avaí deixou qualquer sinal de comodismo no ambiente.

Sérgio Soares aproveita bem a onda otimista que tomou conta das arquibancadas e dos bastidores do clube para redobrar a cautela e sugerir muito senso de realismo na seqüência da Segundona. O técnico entende que o equilíbrio nas próximas 15 rodadas irá determinar a sorte de quem sobe ou desce.

"As projeções apontam para uma definição no finzinho do campeonato. Os torcedores têm o direito de comemorar a nossa boa fase. É normal que assim seja. Só que os meus atletas não podem entrar no clima do ‘já ganhou'. Aí é que estaria o perigo. O Marília é apenas um dos obstáculos. Só vamos chegar lá (ao acesso) se mantivermos a concentração naquilo que a gente pretende alcançar", insiste.

Apesar de tudo, Sérgio Soares acredita que o Santo André precisa explorar a naturalidade contra um rival que navega nas imediações da zona de risco. Os donos da casa (26 pontos) estão em 15º lugar - um pouco atrás dos quatro que dividem a linha divisória do rebaixamento: Fortaleza, Brasiliense, América-RN e Paraná (23). Em seguida, o lanterna solitário CRB (15).

O capitão Fernando se une ao discurso do comandante na hora de religar o sinal de alerta dos companheiros. Segundo ele, o Santo André deu um passo importante no 1 a 0 em cima do Avaí. "Falta muito chão na temporada", constata Fernando. O líbero Dedimar concorda. "O quê? Não me digam que ninguém segura mais a nossa equipe. Seria muito exagero", reconhece o zagueiro.

CARAVANA
Haverá ônibus gratuitos à disposição dos interessados em compor a caravana para Marília. Saída às 10h em frente do estádio. Reservas pelo telefone 7274-4372.

Coadjuvantes embalam o atual esquema do time

A irrepreensível ascensão do Santo André na tabela da Série B do Brasileiro expõe o entrosamento e a indiscutível força do conjunto de quem não depende apenas da segurança do goleiro Neneca, do embalo do ala Alexandre, da eficiência do zagueiro Douglas, da lucidez atribuída ao líbero Dedimar, da persistência do volante Fernando, do talento de Marcelinho Carioca ou dos gols do artilheiro Márcio Mixirica (dez no total), só para citar alguns exemplos.

O modelo do técnico Sérgio Soares descobriu bons codjuvantes que se juntaram aos mais experientes para consolidar a bela campanha da equipe na temporada. Entre eles, o lateral Arthur, historicamente uma das maiores revelações da escolinha, a exemplo dos volantes Juninho e Willians, além do meia-atacante Antônio Flávio - personagem do acesso ao grupo de elite estadual.

Arthur, que se impõe pela segurança no combate ou no apoio, desbancou o velocista Jaílson, antes considerado titular absoluto. "Ainda preciso evoluir ", assume.