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Uesda reclama de Lauro por não realizar Carnaval de 2014

Nova gestora da Folia em Diadema garante que prefeito sugeriu criação de entidade e sabia de problemas

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
07/12/2013 | 07:21
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Nario Barbosa/DGABC


 A Uesda (União das Escolas de Samba de Diadema), criada neste ano para gerir o Carnaval de 2014, criticou a postura do prefeito Lauro Michels (PV) em antecipar publicamente a não realização do festejo para o próximo ano, alegando que a entidade ainda não tem aval jurídico para receber repasse da administração municipal.

Jurandir de Sousa, presidente da Uesda, afirmou estar “decepcionado” e “surpreso” com a declaração de Lauro há duas semanas, dizendo ser praticamente inviável a estruturação da Folia para 2014. Sousa reconheceu que a Uesda ainda não possui toda papelada jurídica que a deixaria apta a acolher verba pública para organizar o Carnaval, porém ressaltou que o próprio prefeito sugeriu a instituição de nova entidade para gerenciar a festa, em substituição à Liesda (Liga das Escolas de Samba de Diadema), cuja parceria com a Prefeitura foi condenada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

“Ele (Lauro) sabia do processo de criação da Uesda, sabia que o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) ainda não tinha saído. Estávamos em conversação, tínhamos feito reunião para discutir o assunto, teríamos outra dia 10. De repente ele fala publicamente que não terá Carnaval. Nos pegou de surpresa”, declarou o dirigente carnavalesco.

Há duas semanas, Lauro disse que não faria o repasse de recurso municipal à Uesda porque a nova entidade tinha mesmo objeto da antiga Liesda, o que acarretaria em novas punições do TCE. “Passar dinheiro para alguma associação ou entidade questionada pelo TCE estarei assinando atestado de burrice e isso não vou fazer”, afirmou, à ocasião. Ele sugeriu que o evento do próximo ano será semelhante ao de 2013, quando apenas baterias das escolas desfilaram num único dia. A atividade mais modesta foi justificada pela falta de preparação antecipada do governo Mário Reali (PT).

Sousa admitiu que o objeto social da Uesda é semelhante ao da Liesda “porque tratamos do mesmo assunto, o Carnaval”. Revelou que, em julho, quando tomou posse à frente da instituição, Lauro garantiu que haveria Folia, que buscaria patrocínio privado para realizar a festa, e que entendia todo processo burocrático para constituição de nova liga para representar as 12 agremiações do grupo de elite do Carnaval.

Para organizar os festejos carnavalescos do próximo ano, a Uesda solicitou à Prefeitura repasse de R$ 420 mil para as escolas de samba e outros R$ 480 mil em infraestrutura, que envolve montagem das arquibancadas, serviço de som e iluminação. Segundo a entidade, os valores estavam em análise no departamento financeiro do Paço.




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