Márcio Bernardes Titulo
Metamorfose ambulante

A torcida do São Paulo poderia sair do Morumbi na quarta-feira cantando música consagrada por Raul Seixas. É inacreditável como um time que...

Especial para o Diário
21/05/2010 | 00:00
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A torcida do São Paulo poderia sair do Morumbi na quarta-feira cantando música consagrada por Raul Seixas. É inacreditável como um time que vinha capengando na Libertadores e que fez um péssimo Paulistão mudasse tanto quanto se viu. Muitos atribuem o fato à chegada de Fernandão.

O atacante estreou contra o Cruzeiro, antes favorito, no Mineirão. Ajudou o São Paulo a surpreender e vencer por 2 a 0. No jogo de volta, muito mais confiante, novo 2 a 0, mas poderia ter goleado. As quatro defesas de Fábio no primeiro tempo poderiam ser reconhecidas pelo Vaticano como milagres.

Ricardo Gomes, antes vaiado pela torcida, agora passou a ser respeitado.

A arte imita a vida e os são-paulinos agora cantam Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela opinião formada sobre tudo. Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes. Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor".

INACREDITÁVEL

Terça-feira um jornal de respeito publicou uma matéria que me espantou. Escrito por um sóbrio jornalista, o texto dizia que o Santos se não vencesse o Grêmio viveria uma crise. Mas que crise é essa, pô?! O clube acabou de ganhar com méritos e sofrimento o Paulistão. É considerado até pelas torcidas adversárias como o time da hora.

Será que apenas por causa de um vacilo e uma derrota fora de casa para os gaúchos seria o caso de começar uma crise? Os Meninos da Vila mostraram no jogo de volta que tudo não passou de um fato episódico. Bela vitória, gols mágicos e futebol fantástico.

Às vezes nos precipitamos, até cometemos injustiças. Por isso se deve contar até 1.000 antes de se falar ou escrever publicamente. O Santos chega pela primeira vez à final da Copa do Brasil. E está pertinho da Libertadores.

VERGONHA

Felizmente o assunto não ultrapassou as fronteiras de Ribeirão Preto. Mas até os comercialinos de bom-senso, como disse o médico Pedro Palocci, ficaram envergonhados com as cenas de pugilato mostradas pela torcida no recente jogo contra o XV de Piracicaba.

Por mais que houvesse erro do auxiliar e do árbitro, e pelo que me disse o editor Igor Ramos, não houve, nada justifica a agressão e os atos que lembram a Idade Média. Péssimo exemplo!




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