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BB lança linha de crédito para empreendedor individual
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
30/05/2009 | 07:08
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O Banco do Brasil anunciou ontem o lançamento de uma linha de crédito específica para os empreendedores individuais que deverá estar disponível no segundo semestre deste ano, logo após a entrada em vigor do regime tributário especial para formalizar trabalhadores que hoje atuam na informalidade. O regime começará a valer a partir de 1º de julho. Segundo a Pesquisa Sócio-econômica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) referente ao mês de fevereiro, em Santo André, São Bernardo e São Caetano são 178.137 trabalhadores informais com 18 anos ou mais, o que representa 30,6% da população economicamente ativa das três cidades. No País, são cerca de 10 milhões de trabalhadores informais, segundo estimativas do Sebrae.

Segundo o gerente executivo da Diretoria de Micro e Pequenas Empresas do BB, Antonio Sérgio de Carvalho Rocha, a ideia é que o empreendedor possa abrir uma conta corrente pagando tarifa reduzida, de R$ 5, pelo pacote de serviços.

Deverá ser disponibilizado limite mínimo de crédito de R$ 1.000 por cliente que poderá ser utilizado por meio de cartão de crédito e financiado em até 18 meses com taxa de juros de 2,11% ao mês. O volume total de recursos que estará disponível para essa linha de crédito ainda está sendo definido pelo banco público.

Para Júlio Durante, consultor do Sebrae São Paulo, embora as medidas não sejam suficientes, todos os instrumentos legais que forem reduzir a informalidade devem ser adotados. "O mais importante é permitir que esses empreendedores sejam competitivos no mercado formal", afirma. "Apoio é mais que fundamental, esse mercado tem boas perspectivas de crescimento."

Durante aponta que esse apoio busca alavancar os empreendimentos informais e assim aquecer o mercado nacional, de forma a reativar a economia no pós-crise.

Ao contrário do que se possa imaginar, o trabalhador informal não é um perfil de cliente que apresenta alta inadimplência. Segundo o consultor do Sebrae, pelo contrário, trata-se de empreendedores altamente comprometidos com seus negócios. "Não é um crédito arriscado. As pesquisas do Banco do Povo mostram isso com clareza." A renda média mensal do trabalhador informal das três principais cidades do Grande ABC é de R$ 1.271.

No entanto, esse crédito pode se tornar uma arma se não for bem administrado e, para suprir essa necessidade, o Sebrae já procura iniciativas de capacitação. "Estamos customizando nossos produtos para elaborar um programa ideal para o atendimento e orientação desse público em específico", detalha Durante. Já foram formados grupos de trabalho na instituição com foco nesse perfil de empreendedor.




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