Disputar uma competição nacional, com possibilidade de jogar a final mundial na África do Sul é somente o começo do sonho dos mais de 5.250 jogadores que participam da 11ª edição brasileira da Copa das Nações Danone. Para alguns atletas da ONG Vila Sapopemba, Jardim Angela, o primeiro passo para se tornar jogador de futebol profissional já aconteceu: o artilheiro Iago, o goleiro Sérgio e os meias Fabiano e Vitor foram descobertos na competição e convidados para jogar pelo Santo André.

Sob o slogan Acredite nos seus sonhos, a Danone promove há 11 anos a Copa das Nações com mais de 375 equipes em quatro estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Minas Gerais - para atletas com idades entre 10 e 12 anos.

O goleiro Sérgio Agostinho Cardoso Neto tem consciência de que o funil é apertado, mas diz que vale a pena sonhar. Ele já deu o segundo passo na profissionalização: foi visto atuando pelo time da ONG Vila Sapopemba na Copa e levado para o Santo André. Lá, foi notado pelos olheiros do Santos, que o levaram para o Meninos da Vila, de Mauá.

Mesmo tendo despertado o interesse de outras equipes, o menino não esqueceu a sua origem e defende a ONG: "Jogo pela equipe para retribuir a chance que me deu. Futebol é meu futuro. Não pela fama e pelo dinheiro, mas porque gosto de jogar. Não me imagino fazendo outra coisa que não esteja relacionada ao esporte", assume Sérgio.

A avó de Sérgio - Maria Elena, sua companheira constante - salienta que "se ele não se tornar grande jogador, será um grande homem. O futebol ensinou disciplina para ele. Ele é um menino muito responsável agora. Antes, era indisciplinado e tirava notas baixas."

De acordo com Roberto de Souza José - o Betinho Sapopemba -, técnico do time da ONG Vila Sapopemba, Jardim Angela, "a competição foi fundamental." Com faro para descobrir jovens talentos, Betinho Sapopemba acaba de firmar parceria com o Santo André. "Conversamos com a diretoria do clube e vamos levar mais meninos para treinar lá", comemora o técnico.

Amanhã, os gramados do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo, na Capital, recebem as partidas finais da Copa. O campeão será o representante do Brasil na fase mundial, em outubro, na África do Sul.