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Incubadora garante lucros e sobrevivência a empresas
Ana Macchi
Especial para o Diário do Grande ABC
09/12/2004 | 10:49
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A IEBM (Incubadora de Empresas Barão de Mauá) dobrou o faturamento total dos 15 negócios que fazem parte do programa em dois anos. O resultado deve fechar 2004 com R$ 3,4 milhões, contra R$ 2,6 milhões em 2003 e R$ 1,7 milhão em 2002. Para a incubadora – que comemora três anos sexta – e parceiros como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e Prefeitura de Mauá, a data é especial porque coincide com o tempo máximo de permanência permitido a uma empresa instalada na incubadora. Nos três anos, 20 projetos participaram da iniciativa e três deles foram graduados .

Esse é o caso da Semco, empresa do ramo de montagem de estandes e pontos-de-venda. Após três anos incubada, trocará este mês a IEBM por endereço fixo em Santo André. "Fomos a primeira empresa a entrar no programa. Foi tão bom que pedimos prorrogação do prazo", diz Marcelo Perusseto, sócio-proprietário da Semco. O tempo previsto é de dois anos, com possibilidade de prorrogação para três. "O empresário adquire visão mais ampla para articular os problemas quando está perto de outros empresários. Em três anos, dobramos a clientela e contratamos dez pessoas", ressalta.

A comemoração não se deve apenas à expansão no faturamento. O índice de mortalidade na incubadora é de 10%, contra os 85% observados pelo Sebrae para microempresas não incubadas. As incubadas sobreviveram, ampliaram seus investimentos em 211% e somam 154 pessoas contratadas.

Para Perusseto, da Semco, a incubadora favorece os iniciantes. "Três anos é um período mais que suficiente para se firmar no mercado e escapar da mortalidade. Acho que a experiência serviu para desenvolvermos a produção e o atendimento ao cliente", observa.

A chave para conseguir vencer a mortalidade é o treinamento em Marketing, gestão, feiras e rodadas de negócios, além de consultorias feitas em parceria com o Sebrae. A maioria das empresas está no segmento de plásticos. "A idéia é manter e melhorar a qualidade. Geralmente, as empresas chegam aqui com poucos equipamentos e em busca de financiamento", diz o gerente da IEBM, Domingos Sávio de Carvalho. A incubadora pretende buscar novas linhas, como a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). "Não temos convênios diretos com essas instituições, mas mantemos parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Banco do Brasil", ressalta Carvalho.

A incubadora oferece sala de treinamento e de reuniões, showroom, biblioteca, refeitório e estacionamento, além do espaço para as empresas. Para pagar o aluguel e os custos administrativos, as incubadas desembolsam em média R$ 400 mensais. Três novas empresas se instalaram recentemente no prédio sede, que fica na avenida Barão de Mauá. Há, entretanto, empresas ligadas ao projeto que funcionam em galpões alugados pela Prefeitura.

Espaço – Na avaliação de empresários que participam do projeto, o espaço oferecido, de até 90 metros quadrados, é um dos melhores do país. Foi essa particularidade que levou Ivan da Cruz, da Compacto, a optar pela IEBM.

Recém-chegada à incubadora, a Compacto é o quarto negócio do empresário e químico Ivan da Cruz. O projeto, de reciclagem de frascos de plástico para conservação de óleo lubrificante, foi avaliado durante um ano pela incubadora e aprovado há três meses. "Fui atraído pela infra-estrutura da incubadora", diz. Cruz patenteou uma máquina para descontaminação de frascos de óleo, que ele garante ser algo inédito no mercado. O empresário pretende aproveitar os cursos de capacitação e fugir do fantasma de mortalidade. "Sofri muito com isso. Por isso, participar de uma incubadora é a opção mais sólida para uma microempresa iniciante."




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