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Você sabe como escolhem os filmes dos cinemas da região?

Só dois indicados a melhor produção do Oscar estão nas salas daqui; trabalho em conjunto define ‘perfil’

Por Daniela Pegoraro
Especial para o Diário
04/03/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Balde com pipoca amanteigada, som alto de fazer tremer o coração e tela que inspira emoção. Sejam apreciadores da sétima arte, casais apaixonados ou famílias e amigos aproveitando o tempo livre, fato é que existem diversos gostos cinematográficos de um público cujo perfil não pode ser facilmente resumido: o cinema é abrangente.

No entanto, quem frequenta as salas do Grande ABC pode perceber certo padrão na programação. Grande parte é formada por filmes mais populares de produtoras maiores, os chamados blockbusters, majoritariamente em sessões dubladas. Por exemplo: quem quiser correr para assistir a um dos nove indicados na categoria melhor filme do Oscar só vai encontrar dois: A Forma da Água e Três Anúncios Para Um Crime, ambos em São Caetano.

São quatro as grandes redes que atendem as 72 salas daqui: Cinemark, Playarte, Cinépolis e Cine Araújo – isso sem contar as exibições em teatros ou espaços culturais. Apesar de tantas opções disponíveis tem quem não encontre o filme procurado. O estudante Gustavo Oliveira, 19 anos, de Ribeirão Pires, por exemplo, costuma ir para São Paulo. Ele fez isso para assistir aos indicados ao Oscar Me Chame Pelo Seu Nome e Com Amor, Van Gogh, por exemplo. “Sei como é difícil essas questões de distribuição e entendo que o cinemas dentro dos grandes shoppings, com fila enorme de blockbusters a serem exibidos, são os populares. Mas, às vezes, dá preguiça de enfrentar ônibus, trem e Metrô para ir tão longe”, desabafa.

Por outro lado, tem quem esteja satisfeito com o cardápio cinematográfico oferecido por aqui, mesmo com tantos filmes dublados. O radialista Murilo Rodrigues, 28, de São Bernardo, é um deles. “Raramente preciso procurar outro cinema. Prefiro longas legendados, mas não tenho problemas com dublados, já que os estúdios de dublagem andam fazendo ótimas adaptações”, analisa.

NÃO É POR ACASO
A equipe do Cinemark explica que a escolha das obras a entrarem em cartaz não é à toa. “O motivo de contarmos com oferta maior de longas dublados, por exemplo, é que em alguns dos nossos complexos é a preferência da maioria do público. As versões legendadas são bem menos aceitas”, comunicou a rede, em nota. O gerente de programação do Cinépolis, Eduardo Chang, acrescenta que a decisão é baseada em extensa análise do perfil do público, realizada em todas as regiões. “No Grande ABC, a maior procura é pela versão dublada”, confirma.

A verdade é que nos bastidores dos cinemas, a questão é muito mais complexa do que parece. Quem oferece os filmes às exibidoras são as distribuidoras, baseado em estratégia específica para cada público que desejam atingir. “A seleção é feita pela equipe de programação, que assiste às produções com antecedência em sessões realizadas pelas distribuidoras”, explica a diretora de programação da Playarte, Rosa Maria Vicente.

O tempo em que o filme vai permanecer em cartaz também varia de acordo com a frequência do público. Quem faz essa análise semanal é o programador. “Quando o filme tem baixa performance, optamos por reprogramar e oferecer novas opções ao público”, conta Chang. Confira na arte o caminho do filme dos ‘papéis para as telonas’.




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